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Vénus no altar dos ímpios
Nutri no corpo mel e veneno vadio.
Universalidade…
Senti o amor no microcosmo íntimo do oferecimento.
Bebo suco de sangue e sacrifício para me conter…mas que fazer?
Morrerei enforcado pelo sexo pois assim quero.
Enlaçado em torno mecânico ao gemido que cola os corpos em copula.
Onde quer que seja porque quero versos de vulva.
Anel cálido em contracção.
Corda de ventre simbiótica afundada em prospecção e prazer.
Não há nada para lá dos sismos da alma…
O fel e o fogo no magma dos corpos vivos de lava.
A moral é despir…
Tirarmos a roupa e andar nus pela terra.
Fecundar as esquinas na palavra de um beijo, de um seio, sem receio…
Das homilias cancerosas dos eunucos de deus.
Impregnar Vénus no altar dos ímpios e expurgar o mérito reprodutor da virtude…
Querer o querer ordinário, arrebatado, onde a penitencia seja pecado, pegado e nu, tão nu como o dente que cresta os lábios em súplicas de orgasmo.
Explodir em tremor, com gotas de ser suco e sémen nas pernas, na cara, na boca, nas mãos, do peito cadenciado em palpites de mais uma vez, mais uma noite, mais uma e mais uma, até o rubro escaldar no queixo, nas faces, até á carícia dos dedos.
Rejeitando ultrapassados limites, experimentar um ser alucinogénio de amor a pintar estrelas nos olhos, fogos, artifícios, serpentinas e montanhas russas, auroras boreais entre os lençóis, no chão, nas capelas, trejeitos multicolores de se vir, a vir, sem conter, a gemer, a dizer, a gritar…
Nutri no corpo mel e veneno vadio.
Universalidade…
Senti o amor no microcosmo íntimo do oferecimento.
Bebo suco de sangue e sacrifício para me conter…mas que fazer?
Morrerei enforcado pelo sexo pois assim quero…quero…quero…
Vénus no altar dos ímpios.
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