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A divina tourada
Plana minha alma lisa por estradas de sangue e rumos errantes.
Relento, assassino em rubros dias de raiva e caixotes de lixo em nacos de ser menos que fome… E assim…
Repugnar escorbútico, detergentes olhares burgueses que me supõem esgoto, periférico, arredado dos sempre escolhidos, dos sempre varões, das historias de amor com hálito nobre de soma e cifrão.
Assim seja!!!
Não me resigno a rimas forçadas e poetinhas de merda que reduzem a vida á pendência filosófica, que acabam sofríveis a falar de amor…e de cornos!!!
Aqui vos afirmo menos que partícula do átomo, dentro do poema da fome que é o verbo em catarse dos desnutridos da fé.
Pois pintem-me o céu e riachos, veredas e sonhos de cor e crença…que em verdade vos digo, pelas chagas da miséria que o vosso credo é mentira, abominável mentira que crucifica os pobres na ira de deus com letra minúscula.
A quem querem enganar…se vim ao mundo para tornar do pecado e ao pecado voltar e elevar o mesmo ao seio da virtude.
Quantas pedras juntais vós, poetas da dor de corno, das clorofilinas esperanças pintadas de verde, das humaníssimas intenções caridosas de ser e parecer a pulcritude do cosmos, que Dante dantes pintava infernos mais belos, que o relato mentecapto da vossa terra podre e esquecida em guerras e vómito…
Não me chamem revolta, que incontidas razões presas na lógica picam-me a língua de asco e de cólera…porquê?
Porque no principio não era o verbo, porque ás vossas pedras nojentas, atiradas da calçada de verso, rima e hipocrisia…respondo…
Tenho a maçã-de-adão tatuada em amor… e o que em vós é pecado, em mim é fusão de corpos amantes em simbiose nocturna num gesto sublime de orgasmo sagrado.
Plana minha alma lisa por estradas de sangue e rumos errantes.
Desvalido sem terra, com sarro nos dentes, pés sem sandálias, olhar periférico…
Que ainda me rio…
Dos poetinhas de merda que reduzem a vida á pendência filosófica, que acabam sofríveis a falar de amor…e de cornos…
Como se o mundo fosse divino...apoteose e tourada…
Sem pratos vazios!!!
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