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Vacilar

Olho firmemente sem querer vacilar
Mas nem sempre o faço
Sei que vens mesmo antes de chegar
É então que me desfaço

Deste corpo emoldurado de desejo carnal
E amordaço a boca, trinco os lábios
Reescrevo uma disciplina mental
Matando o ego com esses ninjas sábios

Que eu própria os desenhei
Para serem minha bomba
Que sempre que te vejo eu detonei
E voltarei a detonar até ao coma

Desta minha fantasia por ti
Rebaixando o meu ser
Digo que não presto e assim que vi
Que estás longe, quero-te ver

E então que voltas para me torturar
És inimigo, amigo, colega, paixão
Desconhecendo o que és, quero amar
E assim levarei este segredo ou ilusão

Crio reais situações só para te ver
Crio umas tantas escaldantes
Essas, cruas fantasias, fazem-me morrer
Desprendi-me de mim, ser tua amante

Então quanto mais me mostro
Mais me quero esconder
Baixo os olhos e o rosto
Para que não possas perceber

E mordo o cabelo dilacerado
Que amanso de raiva por mim
Eu quero mas tenho tanto entravado
Precisaria de saber mais de ti

Arranhando a pele escamando as unhas
Deixando rios de sangue corroendo
Deixo a vida cheia de lacunas
E vou correndo para o mostrengo

Peço em pensamentos, actos, mas pouco
Podia pecar tanto ou mais mas rouca
Desta voz silenciada que te foca
Mas não sai só por dentro deixa-me louca

Cruzo as pernas contendo a loucura
Tentando apagar a chama acesa
Que arde sem dor, mas imatura
Não a anjos que correm em minha defesa


 

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segunda-feira, janeiro 17, 2011 - 20:02

Poesia :

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lila

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