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Com a sua luz, pinto a divina gentileza - Conto (Excerto)

"O meu sorriso continha o suave esplendor da manhã que bailava pelo ar como as pinceladas de encanto que faziam o quadro florir, uma mistura de ternura e desejo que mostravam maior mérito quando nos seus olhos me perdia. Nunca tinha visto tão magnífica beleza numa mulher, a serenidade espalhando as suas asas como se os anjos houvessem tocado a terra com maior brilho fazendo com que o paraíso ficasse mais perto.
Pensar que já há muitos anos que não abria os olhos para o amanhecer, que não me deliciava a luz que outros têm como certa, a lágrima tocando a terra por nunca a ter conhecido viva, a sua voz sendo fruto da imaginação e nada mais. Solitariamente, penava pelos meus olhos observarem apenas um quadro disposto como se por magia, sujeito ao ocaso de tantos dias, a fervilhar por entre o pó de outras eras além da compreensão.
Que jocosos sons teria o lago para o qual olhava? Será que, ao olhar para ele, ela já tinha sorrido e rido, sentido o conforto de estar próxima do mais doce lugar de repouso, aquele que repete serenidade sem o cansaço latejar? Quem me dera estar ainda mais próximo e conquistar a sua formosura com os beijos que somente um enamorado poderá conceder, a fortuna só tendo um nome e uma imagem, tudo surgindo e acabando nela, na mulher mais doce que os meus olhos puderam algum dia ver.
A incrustação de diamantes que cortejava o seu pescoço tinha um outro brilho não fosse porque os seus olhos, de tão azuis e tristes, possuíam, mesmo assim, os feitiços que apenas o sol do meio – dia conseguia criar. As verdejantes árvores pareciam acariciadas por uma leve brisa, que podia ser igual aos meus suspiros, e que simpatizava com a sua melancolia, a beleza feminina contemplando a sinfonia de mil cores que espalhavam fantasias delirantes além deste mundo no qual eu estava preso. Os meus olhos também tombavam tristes por lhes faltar harmonia embora esta pudesse ser vista tão perto, e tão longe, de mim…
A minha vontade era mergulhar no lago enfeitiçado e descobrir a amabilidade de tão doce mulher, um herói que a afastasse da solidão e onde a sua boca pudesse à minha juntar pois a fervilhante atracção que a sua carne desenhava na minha, não conhecia fronteiras. Infelizmente, aqui me quedava, dela apartado por míseros passos, outros encantos e cores mas com o coração ao alto como se nunca houvessem barreiras para o prazer retirar.
Se ao menos pudesse esquecer as vozes que ouvia, personagens ingratas que passeavam de um lado para o outro como se gostassem de me incomodar na minha contemplação. Toscos e ignóbeis seres que caminhavam e se pasmavam como se não existissem outras coisas para fazer… A sua respiração era um infame toque ao meu enfeitiçado delírio como se todos tivessem um nauseabundo hálito que nem nos piores cenários de guerra, com o sangue e a putrefacção a surgir, se pudesse sentir!!!
Desejava estar só com a poesia feita mulher que era o meu fervor, esquecer que esta e qualquer outra realidade existiam e apenas acariciar todo o seu encanto, as minhas mãos traçando suspiros e outros gemidos no jardim que a acobertava, sentindo o rubor do seu delirante fogo enquanto as nossas partes se juntavam. Se tal acontecesse, a minha vida seria completa, não mais um servo de um mísero destino disposto ao favor da ingratidão de um plano superior mas alguém que vivia liberdade. E como a desejava…
Raios!!! É sempre a mesma coisa!!!
Mal começo a pairar por divagações que levam a poesia a níveis maiores, alguém tem de olhar para ela ou para mim como se não tivessem uma vida que mereça maior crédito. Afinal, se para ela olho e sinto o seu tão doce e jovial sorriso libertando magia e sensações inauditas no meu peito, porque é que não nos deixam em paz??? Será impossível perceberem que estamos apaixonados???"

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domingo, março 8, 2009 - 17:34

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Solitudinis

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