lição de vida- 13º PARTE

Correspondi ao seu beijo, depositando todo o amor que por ele sentia.

A cada beijo, uma descoberta. Uma memória reencontrada.
Ricardo levou-nos de encontro á minha cama.
Deitou-me e logo a minha respiração se tornou acelarada. deitou-se ao meu lado percorreu com as pontas dos dedos as minhas coxas.
Beijamo-nos algumas vezes até tudo parar.
Paramos naquele momento. O Mundo parara também. Olhamo-nos profundamente enquanto ele me acariciava a face.
- “Queres dormir comigo amanha?” – perguntou-me
- “Quero”
- “Mas não poderás estar drogada. Quero que sintas o momento tal e qual ele será e não alterado!”
- “Tens razão” – beijei-o – “Tive tantas saudades tuas Ricardo- “E eu tuas” – sorriu-me – “É tão bom estar agora contigo. Desculpa o que eu te fiz no passado…”
- “Shiu” – disse colocando o meu dedo sobre os seus lábios – “Não falemos do passado”
- “Amo-te Inês. Nunca mais me deixes”
- “Nunca te deixarei meu Amor, prometo” – beijei-o.
Adormecemos aninhados nos braços um do outro. Acordamos horas depois. Ele acordou primeiro.
Levantou-se.
- “Que estás a fazer?” – perguntei eu acordando e vendo-o a empacotar coisas
- “Ora vamos embora!”
- “Sim vamos… mas as minhas coisas ficam cá!”
- “Para quê? Não quero que voltes mais aqui”
- “Ricardo, queres que eu fique aonde? Eu não posso voltar para minha casa!”
- “Vens para a minha!”
- “Nem pensar! Eu não vou para a tua. Achas mesmo? Tu não vês os problemas que arranjarias com a tua irmã?”
- “Tens razão” – concluiu deixando a sua mão deslizar da testa ao queixo – “Mas… podes ficar escondida no estúdio”
- “Estás doido por algum acaso?”
- “Não, mas também não quero que cá fiques! Tens que sair daqui.”
- “Sim mas não me vou esconder no teu estúdio. Já pensaste nos problemas que haveriam se me descobrissem?”
Olhou-me triste, era como se não conseguisse compreender a minha opinião.
- “Quando eu sentir a falta de droga no corpo” – arrepiei-me – “Eu não me irei conter. Vou gritar e chorar, e vomitar, e tremer…”
- “O melhor é ir-mos para Hamburgo. Temos lá um apartamento”
- “E não está lá ninguém?”
- “Não. Cada um está em sua casa e com a sua família. Podemos ir para lá. Eu digo que vou a Hamburgo e tu…”
- “Eu não digo nada. Ninguém quer saber de mim, por isso não será problema ir para Hamburgo”
Ricardo baixou a cabeça.
- “A tua irmã gosta muito de ti e a tua mãe também”
- “Ricardo, essas estão-se a lixar para mim. Se eu morresse elas ficariam bem”
- “Não digas isso!”
- “Elas disseram-me isso!”
- “Eu disse-te o mesmo, mas não o senti. Nunca!”
Abraçou-me.
- “Estou com medo” – confessei – “só de pensar nas dores que vou ter até fico com tonturas!”
- “Não fiques. Eu estou contigo. E tu vais ver que vai valer a pena!”