CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O espelho
Olhou-se por longos minutos diante do espelho. Não reconhecia a imagem que seus olhos vislumbravam diante de si. Como o tempo havia sido cruel. Algumas rugas começavam a surgir. Sinal de que o tempo estava passando, mesmo que, na maioria das vezes, não percebera isso. Conseguiu detectar um cabelo branco. Que coisa!
Estava tão distraída diante de sua própria figura que não percebia o vento soprar as folhas esparramadas sobre a cama. Passara algumas horas tentando escrever uma carta. Varias folhas estavam amassadas e jogadas pelo chão do quarto empoeirado. Pairava sobre ela uma áurea de solidão. Estava ali desde que ele partiu.
Numa tarde de verão havia acontecido uma briga, talvez por ciúmes ou outra coisa e ele se fora. Ela disse que não ia mais atrás e que se realmente existisse alguma forma de amor ou algum sentimento, um dia ele voltaria com as próprias pernas. Asas quebradas eram o que ela imaginava agora. O pássaro voou para longe e foi atingido pelo passarinheiro. Então, em um relance ela via a folha.
Tinha sido removida pelo vento. Saiu de diante do espelho e sentou-se na cama. Lentamente pegou a folha e começou a ler o que estava escrito. Falava de saudade. Era uma poesia triste. Uma história de final infeliz. Ou que nem mesmo havia tido um final. Não percebeu, mas de seus olhos brotaram lágrimas. Os pensamentos começaram a apertar o seu coração e garras da solidão passaram a apertá-la profundamente.
Levantou-se e outra vez se colocou diante do espelho. Havia prometido a si mesma que jamais se deixaria ser dominada pela angústia da solidão e nem mesmo pelo desespero do abandono. Viu a sua imagem no espelho por mais algum tempo. Então, em um brado de fúria socou o espelho. Os cacos caíram pelo chão e ao contemplá-los ela viu o sangue escorrer. Vidros quebrados, sangue e lágrimas em um quarto solitário...
Odair José, Poeta e Escritor Cacerense
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 8771 leituras
other contents of Odairjsilva
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusão | O horizonte faz lembrar | 6 | 3.198 | 05/04/2024 - 13:29 | Português | |
Poesia/Meditação | Medeia | 6 | 2.149 | 05/03/2024 - 19:12 | Português | |
Poesia/Amor | Quem dera eu tivesse o poder | 6 | 3.226 | 05/02/2024 - 11:06 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O último suspiro | 6 | 8.971 | 05/01/2024 - 13:29 | Português | |
Poesia/Amor | A inquietude do amor | 6 | 3.052 | 04/30/2024 - 10:54 | Português | |
Poesia/Meditação | Meu lado sombrio | 6 | 1.211 | 04/29/2024 - 19:30 | Português | |
Poesia/Alegria | A vida que se abre | 6 | 3.018 | 04/28/2024 - 13:11 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Condicionacérebros | 6 | 2.449 | 04/27/2024 - 13:06 | Português | |
Poesia/Paixão | Tudo mudou outra vez | 6 | 1.921 | 04/26/2024 - 19:54 | Português | |
Poesia/Paixão | Loucura que me faz sonhar | 6 | 3.439 | 04/25/2024 - 20:40 | Português | |
Poesia/Paixão | Apenas um olhar e um sorriso | 6 | 3.750 | 04/24/2024 - 19:13 | Português | |
Poesia/Desilusão | Essa saudade que me invade | 6 | 540 | 04/22/2024 - 19:29 | Português | |
Poesia/Dedicado | Tiradentes | 6 | 3.378 | 04/21/2024 - 12:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Armadilhas ou ratoeiras | 6 | 5.661 | 04/20/2024 - 19:08 | Português | |
Poesia/Meditação | Onde vão os velhos quando ficam velhos? | 6 | 1.592 | 04/20/2024 - 12:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Incoerência fantasiosa absurda | 6 | 2.458 | 04/19/2024 - 19:29 | Português | |
Poesia/Meditação | A trágica paixão de Sansão | 6 | 472 | 04/18/2024 - 19:34 | Português | |
Poesia/Desilusão | A parte fraca do coração | 6 | 996 | 04/16/2024 - 23:43 | Português | |
Poesia/Desilusão | O lamento do sofrer | 6 | 1.167 | 04/16/2024 - 10:40 | Português | |
Poesia/Meditação | O fim do mundo bate à porta | 6 | 3.123 | 04/15/2024 - 22:38 | Português | |
Poesia/Meditação | Eu posso dizer não! | 6 | 1.083 | 04/15/2024 - 10:29 | Português | |
Poesia/Meditação | A angústia de Caim | 7 | 5.605 | 04/14/2024 - 23:52 | Português | |
Poesia/Amor | Não era brincadeira | 6 | 965 | 04/13/2024 - 13:09 | Português | |
Poesia/Amor | Fascinante | 6 | 2.916 | 04/10/2024 - 19:11 | Português | |
Poesia/Amor | Em cada pétala de rosa | 7 | 1.869 | 04/10/2024 - 01:31 | Português |
Add comment