Ter em si mesmo o bastante (Arthur Schopenhauer)

A solidão concede ao homem intelectualmente superior uma vantagem dupla:

- primeiro, a de estar só consigo mesmo;

- segundo, a de não estar com os outros.

 

Esta última será altamente apreciada se pensarmos em quanta coerção,

quantos estragos e até mesmo quanto perigo toda a convivência social traz consigo.

«Todo o nosso mal provém de não podermos estar a sós», diz La Bruyère.

 

A sociabilidade é uma das inclinações mais perigosas e perversas, pois

põe-nos em contacto com seres cuja maioria é moralmente ruim e intelectualmente obtusa ou invertida.

O insociável é alguém que não precisa deles.

 

Desse modo, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já é uma grande felicidade,

porque quase todo o sofrimento provém justamente da sociedade, e a tranquilidade espiritual,

que, depois da saúde, constitui o elemento mais essencial da nossa felicidade,

é ameaçada por ela e, portanto, não pode subsistir sem uma dose significativa de solidão.

 

Os filósofos cínicos renunciavam a toda a posse

para usufruir a felicidade conferida pela tranquilidade intelectual.

Quem renunciar à sociedade com a mesma intenção terá escolhido o mais sábio dos caminhos.

 

Arthur Schopenhauer, filósofo alemão.
em «Aforismos para a Sabedoria de Vida»
 

Submited by

Sunday, July 17, 2011 - 02:31

Poesia :

No votes yet

AjAraujo

AjAraujo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 6 years 3 days ago
Joined: 10/29/2009
Posts:
Points: 15584

Add comment

Login to post comments

other contents of AjAraujo

Topic Title Repliessort icon Views Last Post Language
Poesia/Joy O poder do sorriso 3 597 02/03/2011 - 23:17 Portuguese
Poesia/Meditation A outra margem do Rio 3 1.305 03/01/2011 - 16:00 Portuguese
Poesia/Meditation A palavra da verdade 3 1.454 04/18/2011 - 11:04 Portuguese
Poesia/Intervention A cruz e a luz 3 2.133 02/06/2011 - 14:00 Portuguese
Poesia/Meditation Morrer e Viver 3 1.348 04/01/2011 - 18:13 Portuguese
Poesia/Intervention Espírito da noite 3 1.180 04/21/2011 - 04:04 Portuguese
Poesia/Dedicated Cerâmicas: arte, história e beleza 3 1.196 02/08/2011 - 10:46 Portuguese
Poesia/Meditation A chama da vida 3 1.577 02/03/2011 - 23:09 Portuguese
Poesia/Sadness Flor de açucena 3 1.052 04/25/2011 - 15:04 Portuguese
Poesia/Acrostic Melancolia 3 1.402 02/01/2011 - 20:14 Portuguese
Poesia/Disillusion Chega de silêncio! 3 1.153 02/01/2011 - 20:16 Portuguese
Poesia/Dedicated Tempo que não volta 3 557 04/03/2011 - 17:09 Portuguese
Poesia/Meditation Consciência cósmica 3 986 02/11/2011 - 00:31 Portuguese
Poesia/Meditation Crença no Amor 3 10.628 02/08/2011 - 10:50 Portuguese
Poesia/Meditation Vida e Pintura: retrato humano 3 1.137 04/17/2011 - 00:38 Portuguese
Poesia/Dedicated Vida de Camelô 3 2.402 03/15/2010 - 00:07 Portuguese
Poesia/Meditation Vida! É preciso cuidar... 3 1.087 04/26/2011 - 13:39 Portuguese
Poesia/Meditation O tempo é um Arquiteto! 3 1.078 04/03/2011 - 17:10 Portuguese
Poesia/Meditation Epitáfio: o dia para o qual nunca nos preparamos! 3 911 02/08/2011 - 23:06 Portuguese
Poesia/Acrostic Acredite sempre! 3 1.479 02/07/2011 - 09:44 Portuguese
Poesia/Meditation Ainda são crianças... 3 604 02/08/2011 - 10:44 Portuguese
Poesia/Dedicated Isabela: sorriso de luz (tributo à pequena Isabela) 3 1.048 02/10/2011 - 16:15 Portuguese
Poesia/Intervention Do que preciso! 3 2.628 04/06/2011 - 02:35 Portuguese
Poesia/Meditation O monge e o menino 3 1.148 04/03/2011 - 17:07 Portuguese
Poesia/Aphorism Rio: cidade sitiada (retrato do descaso) 3 1.810 04/12/2010 - 15:14 Portuguese