OLHOS QUE NOS TEUS OLHOS SEMEARAM MORCEGOS

Tua sede parte
em preces de adeus.

Idas onde soletras sombras passadas
pelo moinho dos teus choros.

Iras eternas como cavernas
de passos fúnebres.

Da escuridão
arfa o teu sentir em eco
abalroado por borrões cinzentos.

Da tua alma chovem lápides
cinzeladas pelo tempo.

Vaga de tardes
adormecidas em traição.

Canção de vozes
que tornaram as tuas vezes em pó.

Olhos que nos teus olhos
semearam morcegos.

Mãos que em ti foram garras
que rasgaram a paz do teu mundo.