Carvão do meu corpo

Sinto o frio a colar na espinha
Invadindo o físico possesso de tremores
É a tua centelha que me falta
Para reanimar o ardor do meu corpo

Olho os dedos roxos e entorpecidos
Secos pelo gelo da tua ausência
E tudo o que cogito é devaneio
A desarrumação de se estar só

O bater do coração é quase imperceptível
Não deverá subsistir sem ti
E estaco imóvel, inconsciente
À medida que as pupilas se dilatam em retiro

Os órgãos já me falham
E o frenético bater do pulso
É agora apenas uma tímido eco
De um tambor sem percussionista

Carvão do meu corpo
Pesca-me deste lago gelado
Libera um pouco do teu calor
E inflama o vazio da minha alma

Pois a fagulha do teu enlaço
Reaquece a minha existência
E sem ti esta vida seria
Uma hipotermia de sentidos

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Tuesday, April 14, 2009 - 19:23

Poesia :

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jopeman

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Anonymous's picture

Re: Carvão do meu corpo

Submitted by Anonymous on Wed, 04/15/2009 - 13:18.

Os tons, traços de carvão não esbatem os contornos de um versejar de primeira linha, onde a profusão da tua mão desprende um poema inebriante, esmagador...

Beijo

Anonymous's picture

Re: Carvão do meu corpo P/jopeman

Submitted by Anonymous on Wed, 04/15/2009 - 10:53.

Um sublime conjunto de metáforas...

Que esse calor inflame o vazio da tua alma!

Abraço

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