DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
O amanhã
é sombra iluminada de luz,
nas carências que a alma exige do corpo
que trago ao colo de uma paixão encurralada,
num subsolo de duvidas confirmado o meu ideal.
Há uma paixão
que há muito não segue
a suprema realidade da minha indomável solidão.
Sobrevivo à seca
despontada nos meus nulos
vigorizados e demasiadamente repetitivos,
desolados em gotas que acumulam nuvens de dor.
A solidão
deixa de ser triste quando é liberdade
sob um planalto varrido por ventos de fogo,
na franja de uma esperança que absorve o depois.
A saudade
devora o tempo de medo,
mas goza a esperança encontrada
num amor tatuado no Sol que bronzeia
de prazer cada ontem do meu chegar hoje
a este cálice de emoções que bebo da minha poesia.
Sou colheita de nada
num jardim sobre uma lua que não existe,
esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam.
Afio as garras
do rancor sobre o dorso
de um rochedo de ausências
nas minhas vontades que reclamam poéticas,
num alarme que soa revolta no brilho dos meus olhos.
Toca-me o olhar
a perfeição que a solidão não completa,
vociferando o murmúrio de uma alma gémea
que devaneia nas entrelinhas dos meus versos de paixão.
Desnudo
o arbusto da solidão
que pende sem eco numa crosta salgada de lágrimas no rosto.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 3228 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Thoughts | QUEM É QUEM | 2 | 5.617 | 02/15/2010 - 17:58 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | AMAR MATA O CIÚME | 4 | 4.550 | 02/15/2010 - 12:47 | Portuguese | |
Poesia/Love | AVALANCHE DE AMOR | 8 | 4.345 | 02/14/2010 - 20:36 | Portuguese | |
Poesia/Love | NAMORO-TE | 9 | 3.093 | 02/14/2010 - 16:54 | Portuguese | |
Poesia/Love | FIEL LONJURA | 3 | 1.154 | 02/14/2010 - 02:11 | Portuguese | |
Poesia/Love | O NOSSO AMAR É AMOR(MariaMateus & Henrique) | 17 | 4.284 | 02/13/2010 - 15:37 | Portuguese | |
Poesia/Love | GOSTO DE MIM PORQUE TE AMO | 8 | 2.501 | 02/13/2010 - 04:48 | Portuguese | |
Poesia/Comedy | IDE FO… PRO CAR….! | 9 | 3.114 | 02/13/2010 - 04:44 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO | 8 | 4.844 | 02/13/2010 - 04:39 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | S O C O R R O !!! | 9 | 3.041 | 02/13/2010 - 04:27 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Others | COSMOS | 1 | 4.168 | 02/10/2010 - 21:48 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Personal | CUCU, TÉ TÉ | 1 | 4.479 | 02/09/2010 - 20:55 | Portuguese |
Poesia/Love | ZODÍACO DE AMOR | 7 | 2.384 | 02/08/2010 - 21:12 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Others | A ARTE CONJUGA-SE | 1 | 5.920 | 02/08/2010 - 16:48 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Bodies | BONEQUINHA INHA | 1 | 6.752 | 02/08/2010 - 16:24 | Portuguese |
Prosas/Thoughts | O ESQUECIMENTO NÃO EXISTE… | 2 | 8.480 | 02/08/2010 - 11:56 | Portuguese | |
Poesia/Love | ÉS A CAPITAL DAS FLORES | 7 | 3.763 | 02/08/2010 - 00:08 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | SEPULTADO VIVO | 5 | 3.100 | 02/07/2010 - 23:53 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | QUEM NÃO SE INVENTA, NÃO EXISTE | 2 | 7.580 | 02/07/2010 - 23:30 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | FUMAR MATA? | 3 | 5.460 | 02/07/2010 - 22:46 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | QUE MAIS QUERER DA VIDA? | 3 | 6.182 | 02/07/2010 - 22:17 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | SOU HENRIQUE E (H)ENRIQUECEREI | 3 | 6.994 | 02/07/2010 - 21:01 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | MORRER DE PÉ | 10 | 2.553 | 02/06/2010 - 16:10 | Portuguese | |
Poesia/Joy | WAFDANCE | 8 | 5.805 | 02/05/2010 - 19:48 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS | 10 | 3.130 | 02/05/2010 - 19:38 | Portuguese |
Comments
Ficou muito bom... Gostei
Ficou muito bom...
Gostei bastante.
Abraço, ...)...(@
:)
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Olá, Henrique!
Muito grata pelo seu simpático comentário ao meu poema.
Sinto uma tristeza e uma revolta enormes, no seu poema.
Amigo, todos nós passamos por estes períodos na vida. Eu mesma passei por algo assim durante 5 anos. Hoje, estou preferindo estar só a estar mal acompanhada. Talvez o que eu procure, não exista e eu seja exigente demais, mas não me contento com o pouco por não ter o que preciso.
As voltas da vida fazem de um dia de chuva, um dia de sol. De noites de trovoadas para noites enluaradas. E então, acabo fazendo um poema para dizer-lhe que tente ser feliz, começando por dentro de si mesmo. Vai ver como fica muito melhor. beijos
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
E não é que o arbusto ficou desnudado :-)
Grande poema
Abraço
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Voce se supera a cada texto cada verso.
Encontrei identidade total na força de seus
versos.
Querido amigo aquele abraço...
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
No fundo entre tantas as dores e desamores, sempre uma saudade tragada numa taça...