NÃO SUPOR-ME NUNCA!

 

Não supor-me nunca, nem em sonhos
ousar, um gesto sequer! e esquecer-me
completamente, de todos os caminhos e de
todas as estradas - e
ser só o que escreve, eternamente.

Mas, ah, sou tantos num só, que tem vezes, que me
esqueço, de ser só esse, que vai
de mim, para mim: manifestamente pouco,
para tanto sentir: ainda assim, digno
de existir. (E quem sou eu, para me julgar,
certo ou errado?).

No seu caminho de casa, vai aquele homem -
vindo de seus afazeres diários.
Compenetra-se, no passo largo ou na sombra,
que visa mais adiante. Ai, quem dera, ser
esse que caminha, rumo a casa, levando
a sombra consigo, no bolsilho, de um casaco!

Jorge Humberto
16/02/05

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Tuesday, March 20, 2012 - 22:46

Poesia :

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Jorge Humberto

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Comments

Henricabilio's picture

INTERIORIZAÇÃO

Eis enfim um dos papeis da poesia

- levar-nos a questionar não apenas o mundo,

mas primeiro que nada nós próprios.

Sem nos irmos conhecendo e moldando

como poderemos ajuizar os outros?!

 

Saudações

 

Abilio.

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Olá, meu querido, amigo, Abilio,

Olá, meu querido, amigo, Abilio,
 

Sempre em tua presença, a mim muito querida e aprazível.

Tens sempre as palavras certas ( e não julgues que é bajulação, esse não sou nem nunca serei eu e minha forma de ser, ante quem me rodeia, principalmente de quem tenho por amigo, como tu o és para mim), para resumir o que te é dado ler.

Destaco esta tua frase, que tudo diz:"Sem nos irmos conhecendo e moldando
como poderemos ajuizar os outros?!

Perfeito, Abilio. Parabéns e obrigado pelo apreço a meu poema e, respetindo-me, pelas sempre sábias palavras.
 

Abraços meus.
Jorge Humberto

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