PELOS ARBUSTOS DA ALMA

O infinito é uma cabra que não pára de saltar,

de pico em pico pelos penhascos do tempo.

O tempo é uma corrente que não pára de jorrar,

de leito em leito até fozes desconhecidas

das vozes do vento.

O vento é um ombro ouvinte

que não pára de ralhar às árvores do silêncio,

de esquina em esquina pelos arbustos da alma.

A alma é uma centelha

de utopia que não pára de realizar o corpo,

de cor em cor a pintar o arco-íris do olhar.

O olhar é um palco

de teatros tamanhos que não pára de trovar,

de lágrima em lágrima a lavar os ranhos

do ar do pensamento.

O pensamento é um parasita

que não pára de chuchar a natureza aos sentimentos,

de ser em ser acontecer a dois no amor.

O amor sou eu

que não pára de pousar em ninguém,

de tecla em tecla no piano da vida a caçar os saltos

dessa cabra do infinito.
.
.
.
.

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Sunday, April 8, 2012 - 22:54

Poesia :

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Henrique

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