A CRIANÇA QUE HÁ EM NÓS
A criança que há em nós é nua e crua e anda sempre de mãos dadas connosco, para onde quer que vamos, de sorriso nos lábios e traquinice no pensamento. É humilde e generosa e gosta de brincar com os nossos sonhos. Faz-nos mais humanos e faz sobressair em nós o melhor que temos para dar a nós próprios e aos outros. É feliz e tem sempre resposta na ponta da língua, dita com graça e um certo espanto, que se reflecte no rosto, limpo e puro. A criança que há em nós toma-nos de cuidados e é atenta às coisas mais pequenas desta vida, o que nos faz seres conscientes de outros seres.
Gosta de ver a felicidade estampada na face das outras pessoas, o que a comove e motiva seu ser transparente. A criança que há em nós é flexível e pondera sempre antes de falar. É brincalhona e faz sorrir os outros, com a melhor das disposições e bem-estar. Nunca ofende e é honesta até ao âmago de seu ser pequenino, mas transcendente. Gosta de ajudar os outros sem que lhe peçam e é interveniente e nada omissa. Não gosta de ver discussões e faz-lhe mal ver quando as pessoas se zangam umas com as outras, sem que ela perceba a razão para tais atitudes. É apaziguadora e fala da paz entre os povos.
A criança que há em nós é perseverante e luta com todas as forças que possui para alcançar o que para ela é o mais desejável e importante. É persistente e nunca deixa nada para depois, pois o dia é hoje e é no hoje que resolve as questões pendentes. Por onde passa é cumprimentada por todos com entusiasmo reforçado e escuta dos outros palavras incentivadoras, o que lhe promove um sorriso a toda a largura de seus lábios. E caminha segura e assobia contente da vida, canções de encantar. A criança que há em nós nunca nos deixa sós e está sempre acompanhada de boa companhia, para onde quer que vá e esteja com quem estiver.
Gosta de conviver e de ser o centro das atenções, não por vaidade mas por iniciativa de seu ser preponderante e auspicioso. É curiosa e faz montes de perguntas, algumas sem resposta eloquente, pois é perspicaz e inteligente. Não se envaidece por ser a visada, no que promove de bom instinto e só se sente completa quando os que estão ao seu redor ostentam um cenho de felicidade. A criança que há em nós tem sempre em mira um fim, que alcança com perseverança e sustentabilidade, na sua tenra idade. Sim porque a criança que há em nós, tem comportamentos de criança, conquanto num corpo de adulto.
É sonhadora e vira os sonhos de pernas para o ar com uma eficiência própria de uma criança, que acha o mundo dos adultos aborrecido. Em tudo o que faz a inocência está presente, para ela a vida é uma eterna brincadeira, que gosta de desencadear onde e com quem quer que esteja. Mas também é responsável e leva essa responsabilidade muito à séria. A criança que há em nós é o nosso querer bem, ante o que nos rodeia e diante das demais pessoas, que com ela convivem, com um prazer inolvidável e irrepetível. Todos temos uma criança dentro de nós, deixemo-la viver e sonhar.
Jorge Humberto
18/08/10
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Comments
Olá Jorge!
Olá Jorge!
Lamento a causa da tua ausência e na verdade fiquei a pensar que algo se passava... pois és uma pessoa que se vê que gosta de responder a quem visita o seu cantinho.
Nestes momentos as palavras às vezes teem pouca força, coragem ,a morte para mim não é o fim,embora seja dolorosa para quem fica e sofre a ausência do seu ente querido, é o início de uma outra vida sem sofrimento, sem raiva e com muito amor. Desde sempre que sabemos que este corpo onde habita a nossa alma fenece . A nossa passagem pela Mãe Terra é um aprendizado, e nós escolhemos a altura em que devemos partir.
Fica na Paz e na aceitação.
Um abraço
Célia
Se quiseres lê este livro sobre o tema dos que partiram , eu achei muito interessante.
"LIÇÕES DE LUZ" de Kenneth Ring da editora Bertrand.
Gostei de ler...
Caro Jorge,
Gostei de ler a descrição da sua criança, ela é mesmo uma criança e não tem mais de 5 ou 6 anos. Não se esqueça de procurá-la de brincar com ela e dizer-lhe que a ama, isso amigo é muito importante para a criança e para o adulto.
Abraço no coração.
Célia