Uma jornada de redescoberta
Poucos filmes conseguem a façanha de ser, ao mesmo tempo, engraçados e comoventes e este é um dos méritos de PS: eu te amo, protagonizado por Hillary Swank e Gerard Butler, em impecáveis atuações.
Hillary Swank é Holly, que acabou de perder seu marido, Gerry, interpretado por Gerard Butler, vítima de um tumor no cérebro. Perdida e sem saber que rumo dar à sua vida, Holly vai relembrando momentos vividos com Gerry, ao mesmo tempo em que tenta superar a dor e levar adiante o complicado relacionamento com sua mãe, mulher sofrida e que fora abandonada pelo marido.
De presente de aniversário, Holly recebe uma carta escrita por Gerry e descobre que ele, sabendo que ia morrer, havia preparado muitas cartas para guiá-la, ajudando-a a reiniciar sua vida sem ele e redescobrir o entusiasmo pela existência. Através das cartas, nós visualizamos sua vida com Gerry, recheada de momentos ora hilariantes, ora comoventes, mas sempre marcantes.
As cartas a conduzem a uma jornada de volta à Irlanda, país natal de Gerry, onde ela o conheceu. Sua viagem acaba se tornando uma longa jornada interior de redescoberta, na qual ela se reencontra com a Holly do passado, seus antigos sonhos e paixões. Na Irlanda, ela conhece Billy Galhager e vê que ainda é capaz de sentir atração física e desejo sexual por um homem, mas também se frustra quando suas duas melhores amigas, que estão viajando com ela, lhe contam sobre suas realizações: uma está grávida e a outra vai casar, o que a faz se sentir mal porque tudo o que tem são lembranças e sonhos frustrados.
De volta aos Estados Unidos, Holly retoma seus antigos sonhos profissionais, entende-se melhor com a mãe, mas vê que voltar à vida normal após sofrer uma perda é um caminho espinhoso e que nada mais será cmo era, pois Gerry não estará lá para compartilhar com ela os bons e maus momentos. Na última carta que recebe, ela lê: "você é toda a minha vida, mas eu sou apenas uma parte da sua."
Vemos que Gerry queria que ela seguisse em frente e descobrisse em si forças para prosseguir com sua vida, querendo que ela entendesse que a perda de um grande amor não significa, necessariamente, o fim da nossa vida. Holly deve entender que sua vida entrou em um outro ciclo que ela precisa lidar com a ruptura que, inevitavelmente, ocorrerá entre o futuro e o passado.
Gerard Butler faz uma personficação cativante como o espirituoso e apaixonado Gerry e Hillary Swank, sempre irreprensível, transmite muito bem os sentimentos de uma mulher angustiada pela morte do esposo e determinada em continuar vivendo. Além deles, temos as ótimas atuações de Kathy Bates, como a bem-intencionada mãe de Holly e Jeffrey Dean Morgan, como o envolvente e prestativo Billy Galhager.
P.S: eu te amo, é um filme que refresca nossas almas, ensinando que, mesmo após grandes tristezas, ainda pode haver alegrias e que devemos prosseguir com nossos sonhos, sem permitir que nosso entusiasmo morra.
Ao final do filme, Holly viaja de novo para a Irlanda, desta vez acompanhada da mãe. Lá, ela reencontra Billy e conhece o pai dele, o qual faz a mãe de Holly gargalhar, algo que ela não fazia há muito tempo. O que acontecerá? Não se sabe. O final, que sugere o começo de novos relacionamentos, não é, realmente, um final, lembrando-nos que o fim de um ciclo sempre implica no começo de outro.
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