Eu sei que foi você - capítulo 10
Narciso esperou um pouco e entrou na biblioteca da escola, querendo surpreender Cassandra. Ficou procurando por ela, espiando em cada seção, resmungando:
-Sua bostinha, eu vou achar você.
-A bostinha já o achou, Narciso.
Cassandra estava logo atrás dele, qeu não conseguiu disfarçar o susto e gaguejou;
-Co-como você sabia?
-Eu o vi entrar.
-E como sabe que eu estava dizendo que você é uma bostinha?
-Ouvi.
-Eu estava falando baixo.
-Eu ouvi e isso é o que importa.
-Muito bem, já que nos encontramos, vamos direto ao ponto: você sabe que fui eu o quê?
-Eu sei que foi você e você sabe o que você fez.
-Cassandra, pare de...
-Não estou falando de forma enigmática, Narciso! Você sabe o que você fez e, se tem consciência, deve estar bem atormentado, não?
Ele se sentiu invadido por um sentimento de medo misturado com confusão. Ela dissera antes dele o que ele pretendia e de uma maneira que sugeria que sabia o que ele estava sentindo.
-Quem é você, Cassandra? E como você sabe?
-Não é da sua conta! Agora, deixe-me em paz! Estamos em uma biblioteca! Quer arrumar confusão na biblioteca?
-Isso não terminou, Cassandra!
-Sei que não. Aliás, começou, não foi?
O medo de Narciso se transformou em raiva. Quem era Cassandra? Por que ele não conseguia surpreendê-la? Como ela parecia sempre saber o que ele ia dizer e o que sentia?
Era difícil saber se ela estava ou não com medo do assédio dele, pois o rosto e a voz dela não incicavam a menor alteração. Apesar da raiva, Narciso falou com calma:
-Cassandra, já que você sabe, diga-me: como descobriu?
-Não o direi.
-Como soube, então? Leu meu pensamento?
-Já disse que não o direi.
-O que você quer?
-Não interessa.
Tomado de raiva, Narciso disse:
-Vou infernizar sua vida até você não aguentar mais, maldita atrevida!
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 2103 reads
other contents of Atenéia
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | Show me the love | 0 | 4.736 | 04/22/2016 - 20:59 | English | |
Poesia/Love | Sweetness | 0 | 2.409 | 12/10/2012 - 19:31 | English | |
Prosas/Thoughts | Tolerância | 0 | 1.167 | 04/10/2016 - 00:13 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Eu preciso de paz | 0 | 1.064 | 04/10/2016 - 00:10 | Portuguese | |
Críticas/Books | Mergulho na dor | 0 | 2.903 | 04/27/2011 - 11:24 | Portuguese | |
Poesia/Gothic | My love. | 0 | 4.727 | 04/28/2011 - 22:08 | English | |
Poesia/Disillusion | Disillusion | 0 | 3.732 | 04/30/2011 - 00:48 | English | |
Anúncios/Miscellaneous - Offers | Translation | 0 | 6.607 | 04/30/2011 - 14:47 | English | |
Anúncios/Miscellaneous - Offers | Lessons on-line | 0 | 7.693 | 04/30/2011 - 14:59 | English | |
Poesia/General | Beasts | 0 | 3.630 | 05/06/2011 - 23:51 | English | |
Críticas/Miscellaneous | Um aspecto do Superman | 0 | 3.401 | 05/07/2011 - 10:28 | Portuguese | |
Críticas/Movies | Uma jornada de redescoberta | 0 | 1.972 | 08/23/2012 - 15:43 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Pedaços de memória | 0 | 1.758 | 10/30/2014 - 12:58 | Portuguese | |
Poesia/Gothic | Gargalhadas | 0 | 1.498 | 01/06/2015 - 13:48 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Aquele amor | 0 | 1.999 | 01/06/2015 - 13:45 | Portuguese | |
Críticas/Movies | A princesa rebelde | 0 | 2.708 | 08/12/2012 - 10:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Our road | 0 | 2.364 | 07/22/2013 - 19:52 | English | |
Poesia/General | Intensity | 0 | 2.385 | 07/22/2013 - 19:48 | English | |
Prosas/Thoughts | A questão da existência | 0 | 2.315 | 07/22/2013 - 19:45 | Portuguese | |
Poesia/Gothic | Melancholy | 0 | 3.398 | 09/24/2012 - 21:31 | English | |
Poesia/Disillusion | Nada mais | 0 | 1.067 | 05/01/2015 - 19:45 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Além do medo | 0 | 2.259 | 04/13/2016 - 13:43 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Úteis | 0 | 906 | 04/13/2016 - 13:39 | Portuguese | |
Críticas/Books | A sedução de Carmilla | 0 | 3.355 | 05/01/2015 - 10:20 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | La sangre de los inocentes | 0 | 3.843 | 04/29/2015 - 18:05 | Spanish |
Add comment