O lobo do homem
Houve um momento
Que parei para pensar em tudo isso
A existência humana que chama nossa atenção
Eu vejo um gato a dormir o dia inteiro
E imagino a sua felicidade em não ter nada para pensar
Enquanto nós nos matamos
Com tantas preocupações.
Um corpo que cai
Um criminoso que ronda a nossa vida
E somos tão imprudentes
Invisíveis
Que não notamos nada além do que está diante de nós
Porque o infeliz também é invisível aos nossos olhos.
O mundo é um lugar perigoso
Alguém que diz ser meu amigo
Pode me trair a qualquer momento
E eu nem mesmo vou imaginar isso
Porque confio cegamente nos meus amigos.
Agora ando pelas ruas desertas de uma cidade
Não vejo nada além confusão
Um corre-corre frenético que não faz sentido algum
E me pergunto por que as pessoas agem assim?
Observo um formigueiro
Acabei de pisá-lo para ver o desespero das formigas
E as vejo mais organizadas do que nós.
Há um mundo lá fora que não queria conhecer
Nele falta a sensibilidade de pessoas boas
E sobra a desigualdade
Porque quem tem muito sempre quer mais
E exploram os que já sofrem sem ter quase nada.
Abra o seu coração
Não apenas os seus olhos e veja
A realidade do mundo que nos cerca.
O que podemos fazer para que o amanhã não seja tão ruim
Que não desejaríamos nele estar.
Faça silêncio e ouça as vozes dos oprimidos
Os gemidos pelas madrugadas frias no inverno
Sinta o medo nos olhos de quem acaba de ser assaltado
Por um meliante que não poupa a vida de ninguém.
Eu até gostaria de não ficar aqui lamentando
Quase ninguém liga mesmo para isso
Cada um faz o que acha melhor
E não se importa nada com os outros
Porque o homem é o lobo do homem
E irá se digladiar até o fim
Porque todos querem a mesma coisa
E nem todas as coisas estão ao alcance de todos.
Você me pede para parar
Não quer mais ouvir essa ladainha
Sou tão pessimista que o mundo parece não valer nada
Só não percebem que apenas falo a verdade
Que precisamos refletir sobre nossas ações
Para não cometermos os mesmos erros do passado.
Mas, isso não importa para a maioria
Eles seguem como rebanhos a sua vida monótona
Amam a zona de conforto e abraçam a mediocridade
E não podemos fazer nada contra isso.
Erga sua cabeça e veja além do horizonte
Não viva com os olhos vedados para sempre
Se ainda há uma luz no horizonte
Que caminhemos para lá
Quem sabe assim ainda haja esperança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1080 reads
Add comment
other contents of Odairjsilva
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | Não jogue no lixo seu papel de cidadão | 1 | 726 | 07/31/2010 - 18:23 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | No mesmo caminho | 1 | 2.138 | 07/30/2010 - 04:40 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Seu Sorriso de Ontem a Noite | 2 | 831 | 07/29/2010 - 04:50 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Caminhos | 2 | 1.394 | 07/17/2010 - 22:23 | Portuguese | |
Poesia/Song | Como senti sua falta | 1 | 958 | 07/15/2010 - 13:55 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Noite de Amor Intenso | 1 | 1.106 | 07/13/2010 - 03:39 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Intimidade | 2 | 3.352 | 07/13/2010 - 03:35 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Beleza rara | 1 | 1.137 | 07/05/2010 - 20:07 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Lágrimas | 1 | 2.752 | 06/24/2010 - 19:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Cadáveres ambulante | 1 | 13.090 | 06/23/2010 - 19:21 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Estranha sensação | 1 | 1.635 | 06/22/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Os poetas não morrem (Homenagem à Saramago) | 1 | 1.001 | 06/18/2010 - 20:57 | Portuguese | |
Poesia/Love | Não espere eu ir embora | 1 | 1.265 | 06/18/2010 - 20:53 | Portuguese | |
Poesia/Song | Que esse amor aconteça | 1 | 863 | 06/07/2010 - 18:43 | Portuguese | |
Poesia/Love | Nos meus sonhos estou a te amar | 3 | 1.368 | 06/06/2010 - 14:02 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | De que loucura falamos? | 1 | 897 | 05/30/2010 - 03:15 | Portuguese | |
Poesia/Love | Hoje sei que só quero o seu amor | 1 | 1.185 | 05/20/2010 - 21:01 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Cativo às amarras da saudade | 1 | 1.165 | 05/12/2010 - 19:42 | Portuguese | |
Poesia/Love | Pensar em Você | 1 | 3.603 | 05/09/2010 - 14:33 | Portuguese | |
Poesia/Love | Sei que existe amor | 2 | 1.681 | 05/06/2010 - 20:02 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Onde estão os passos dela? | 2 | 1.017 | 05/01/2010 - 16:27 | Portuguese | |
Poesia/Love | Descrição | 2 | 895 | 04/29/2010 - 21:30 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Cidade sem Cabaré | 1 | 3.285 | 04/29/2010 - 20:35 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Sonhos ao Luar | 3 | 1.500 | 04/28/2010 - 17:57 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Inexplicável Força da Paixão | 2 | 2.166 | 04/25/2010 - 16:16 | Portuguese |
Comments
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com