Métrica louca

Sabias que saudade arde, rasga e invade,
minha tranquilidade, tão parda nesta idade.
Que nunca é o bastante, vasculho a posta restante
para ver se num instante, brota mensagem errante,

que ampute esta tristeza enorme em mim.

Dizendo que tens saudade, que vens mesmo tarde,
que em ti também invade, esta insanidade,
de sentir-se mal, negando-se prazer carnal,
chorando no carnaval, cascata de negro sal.

Que lutas com certeza, lutas sempre por mim!!!!

Mas vivo na realidade, sou velha, já com idade,
não suporto a insalubridade da espera de eternidade,
Que me imputas, com tantas argutas em posturas impolutas,
travando insanas lutas, distantes em santas grutas,

Sobrando nada que valha, após esta triste batalha sem fim.

Mas, quando voltas, desmanchas todas revoltas,
desaguo, vomito tudo que trago, reparo qualquer estrago
Cirzo este sentimento indeciso, amor em mim narciso,
já nem vejo ou balizo, nem sonho, nem preciso, amar depois do ciso.

Nada , que qualquer um me traga, apaga o amor que tenho em mim.

Reviro, retorço artelho me desmancho em cada espelho,
me firo com meu próprio relho, me tinjo de sangue vermelho.
A cura desta loucura, está em quem mesmo procura,
quem me seca desta secura, é quem me joga de alta altura,

Mas me cura de qualquer complexo, enche-me e vida de nexo, da-me sempre luz no fim.

Por isso por qualquer pretexto, me desmancho em texto,
recrio este contexto, tempero com puro pesto,
este meu mundo sem cheiro, nem tempero
és tu sempre o primeiro belo muso altaneiro, que me inspira por no sol se por, por inteiro.

Foz do amor que nunca tem fim, amor brotado na poesia em mim

Poema de métrica louca, que me amarga a boca, mas na minha poesia rouca, enche-me de alegria, no fim!!!! 8-)

As vezes de uma pequena fagulha, pegamos a mente em agulha, e costuramos um sentimento, esticamos um momento, tendo a poesia como fim.

As vezes é quase nada, uma palavra errada, uma mensagem deletada, um partida imaginada, um bola quadrada, que inventamos para poetar, e se calhar, fazer a mente rodar, em louca brincadeira, de rimar a vida inteira, assim morrendo faceira esta fagulha de sentimento ruim.
Como é bom ter a rima, em mim!!!! ;-) :pint: :hammer:

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Sunday, October 25, 2009 - 10:32

Poesia :

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analyra

analyra's picture
Offline
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Comments

marialds's picture

Re: Métrica louca

Linda e enigmática fantasia.
Parabens.

Conchinha's picture

Re: Métrica louca

Só a métrica é louca
A poesia é bela.

bjs

MartaBaptista's picture

Re: Métrica louca

Muito bonito!
O amor sempre nos inspira...

Beijo,
Marta.

Zezinho's picture

Re: Métrica louca

E seus frutos da arte serao sem fim!!Lindo amei beijo meu anjo! 8-)

RosaDSaron's picture

Re: Métrica louca

Gostei imensamente deste teu poema!
Belos desejos,sonhos,palavras que voaram sempre com maestria a construir o seu"eu"...

Parabens!
Beijos
Rosa

LilaMarques's picture

Re: Métrica louca

Querida amiga,

Como é bom para nós que tenhas a poesia em ti!
Tua poesia nos enreda junto, caminhamos dentro dela, é uma verdadeira viagem!
Parabéns! Para-bens...
Um beijo grande. ;-)

Mefistus's picture

Re: Métrica louca

analyra;
Que repentina rima
logo no incio, essa acima
Um pulsar contagiante
logo absorvida nesse instante

Gostei bastante, dessa:
Foz do amor que nunca tem fim, amor brotado na poesia em mim

Muito bom

HAEREMAI's picture

Re: Métrica louca

Poucos poemas me tocam como esta Métrica louca. Leitura absorvente, que nos deixa quase sem respiração. És uma poetisa nata, onde a palavra brota cristalina.

Soberbo!

Beijo azul

analyra's picture

Re: Métrica louca

Muito grata, sabe que adoro teus beijos azuis, para mim a cor azul me diz proteção, a tua me parece brotar do coração, e azul tom, azul coração azulão.
Grande abraço.

LaRoche's picture

Re: Métrica louca

analyra,
Gostei de ler este poema de ritmo bem marcado, quase frenético no início, mas que pouco a pouco vai dando lugar a um sentimento menos turulento, abrindo uma pequena janela por onde se respira serena alegria.
parabéns

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