A Outra Face

São águas ultrapassadas
Inundadas de desejo
Que nunca foram amadas
Pelos olhos que não vejo.

São rios, lamentações,
E mares por navegar,
Fazem sofrer corações
E não mais querem parar.

São perigos iminentes
E prazeres ocultados
De pobres inteligentes
E de ricos ilibados.

São o extremo da loucura
E o mínimo da bondade,
Vivem a fazer tortura
Ignorando a liberdade.

São aquilo que não quero,
São os olhos que não vejo,
Sou um pobre mas sincero
Que apenas tem um desejo…