PREVALÊNCIAS EM TRANSE

Escrevo ladrão de sensações
que encontro distorcidas
no que me ensinaram.

Estudos feitos
são uma sacola monótona que deixei
no lugar dela atrás das costas.

Dela guardo na memória a porção certa
que estratega o espaço do tempo
para saber mais e muito mais além ir.

Consumo progressivamente
prevalências em transe
que se encorpa mudança dita
nas entrelinhas da minha escrita.

Zarpo ideias num mar de candeias precoces
e entregues a si próprias pela razão
desquitada da alma num círculo de ses.

Escrever é um vício
que herda a carne lerda e o osso astuto
do rodapé do pensamento repentino.

Fujo do que me ensinaram
que cresce por entre os pilares do ser
para me ensinar a ser eu andante curioso.

Ler é aprender apenas
o que alguém provocou
numa união de letras mas não basta.

Sou um misto de escuro e silêncio
que mente o meu estado.

Sou polémica despojada das galhofas mito
que narro turista da utopia que relaxa
no que alguém acha.

Ninguém poderá opinar
sem saber o sabor da loucura.

Profecia maldita.

Sou o retrato brutal
que a realidade oferece melosa
à azedia das minhas vírgulas incrédulas.

Submited by

Wednesday, January 27, 2010 - 01:09

Poesia :

No votes yet

Henrique

Henrique's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 34 weeks ago
Joined: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Comments

Librisscriptaest's picture

Re: PREVALÊNCIAS EM TRANSE

"Escrever é um vício
que herda a carne lerda e o osso astuto
do rodapé do pensamento repentino."

Pois escrever é um vicio, pior do q a nicotina, mas lê-lo tb é terrivelmente tentador!
Beijinho grande em si, Henrique!
Inès Dunas

MarneDulinski's picture

Re: PREVALÊNCIAS EM TRANSE

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
Marne

Add comment

Login to post comments

other contents of Henrique

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Thoughts DA POESIA 1 8.517 05/26/2020 - 23:50 Portuguese
Videos/Others Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 47.253 06/11/2019 - 09:39 Portuguese
Poesia/Sadness TEUS OLHOS SÃO NADA 1 6.893 03/06/2018 - 21:51 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 6.959 02/28/2018 - 17:42 Portuguese
Poesia/Thoughts APALPOS INTERMITENTES 0 6.759 02/10/2015 - 22:50 Portuguese
Poesia/Aphorism AQUILO QUE O JUÍZO É 0 6.628 02/03/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Thoughts ISENTO DE AMAR 0 7.144 02/02/2015 - 21:08 Portuguese
Poesia/Love LUME MAIS DO QUE ACESO 0 7.068 02/01/2015 - 22:51 Portuguese
Poesia/Thoughts PELO TEMPO 0 5.690 01/31/2015 - 21:34 Portuguese
Poesia/Thoughts DO AMOR 0 5.444 01/30/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SENTIMENTO 0 5.331 01/29/2015 - 22:55 Portuguese
Poesia/Thoughts DO PENSAMENTO 0 6.102 01/29/2015 - 19:53 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SONHO 0 4.755 01/29/2015 - 01:04 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SILÊNCIO 0 6.053 01/29/2015 - 00:36 Portuguese
Poesia/Thoughts DA CALMA 0 5.476 01/28/2015 - 21:27 Portuguese
Poesia/Thoughts REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 4.573 01/27/2015 - 22:48 Portuguese
Poesia/Thoughts MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 5.656 01/27/2015 - 16:59 Portuguese
Poesia/Aphorism NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 5.417 01/26/2015 - 20:44 Portuguese
Poesia/Thoughts SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 6.332 01/25/2015 - 22:36 Portuguese
Poesia/Thoughts MIGALHAS DE SAUDADE 0 4.227 01/22/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 4.978 01/21/2015 - 18:00 Portuguese
Poesia/Thoughts PALAVRAS À LUPA 0 5.570 01/20/2015 - 19:38 Portuguese
Poesia/Thoughts MADRESSILVA 0 4.389 01/19/2015 - 21:07 Portuguese
Poesia/Thoughts NA SOLIDÃO 0 6.360 01/17/2015 - 23:32 Portuguese
Poesia/Thoughts LÁPIS DE SER 0 5.887 01/16/2015 - 20:47 Portuguese