O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
O mundo é o sumptuoso tirano da vida
Que sofro…
E não há raça que se sustenha na minha dor.
A marginalidade foi o tráfico dos céus
Que me ludibriou o ADN,
E sempre que o seu vulto se reordena às portas da luz
Já os dogmas se demoram nas íris que
O condenam.
Nas valas incomuns do meu famélico rosto
As lágrimas são projecções do meu extermínio.
O desacerto da lua é o único que me toma
Como anómalo da frouxa elite que massificam,
Mas a precisão da escuridão relembra horrificamente
À mente o estigma de ser indiferente.
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima.
O tempo haverá de recordar as cinzas,
O silêncio, a solidão e o sangue derramado
Do holocausto que faz sombra ao luar,
Onde o tempo é apenas o alongo do fim,
E a vida…o corpo morto na diferença
Em mim.
"O desafio de ser diferente num mundo que se quer igual"
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Comments
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
Nas valas incomuns do meu famélico rosto
As lágrimas são projecções do meu extermínio.
Um tema forte, uma dor que se apresenta incomum perante a grandiosidade de que somos feitos. O céu, esse místico lugar que todos elegemos, pode ser tudo, menos pacífico.
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima.
Na utópica realidade também nos dizimamos, mas é ela que nos sustenta num mundo inteiramente nosso, quando vemos que tudo não passa de um mero acorde no tempo
Um poema que eu adorei...temas que me interessam, que me fazem ir e voltar sempre que me presto a ser mais que uma palavra vã
Favorito João
Meus parabéns
Matilde D'Ônix
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
João
Muito intenso o teu poema.
Adorei ler!
Abraço -luz
tua Amiga...
mm
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima.
O tempo haverá de recordar as cinzas,
O silêncio, a solidão e o sangue derramado
Do holocausto que faz sombra ao luar,
Onde o tempo é apenas o alongo do fim,
E a vida…o corpo morto na diferença
Em mim.
Espectacular, és parte do ADN da poesia!!!
:-)
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
Excelente e belo poema, João!
Gostei muito uma vez mais
de te ler.
Beijo
Vóny Ferreira
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
Jopeman,
Um desafio poético superado, porque tu respiras poesia.
Beijo
Nanda
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
LINDO POEMA, GOSTEI!
O mundo é o sumptuoso tirano da vida
Que sofro…
E não há raça que se sustenha na minha dor.
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima.
Meus parabéns,
Marne
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
Caro amigo, João,
Tua escrita é fabulosa!
Lindo recorte para este tema de tanta relevância deste desafio! Lindo escrito! Mais um...
Destaco:
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima.
Um beijo grande.
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
"O mundo é o sumptuoso tirano da vida
Que sofro…
E não há raça que se sustenha na minha dor."
"A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima."
Os sonhadores sensíveis sofrem sempre muito mais...
Q lindo João!
Tão bom ter-te aqui!
Beijinho muito grande em ti!
Inês
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
"Mas a precisão da escuridão relembra horrificamente
À mente o estigma de ser indiferente.
A utopia é a migalha que me sustenta
E a pólvora que me dizima."
Gostei da escrita e principalmente deste excerto que acima coloquei.
Obrigado pela partilha.
Re: O holocausto que faz sombra ao luar - desafio poético
João,
Que bela forma de responder ao "desafio"!
Gostei do teu poema e do tema descrito.
Abraço