Renovando os votos com a poesia

Olho teu olhar perdido nas direções de um ponto pertecente a tua atenção
Digo, poesia, que o que digo quando volto meu olhar a ti é toda a certeza do mundo inconstante que carrego nas mãos...

Ajoelho, faço o renovo... respiro o que resta da sua respiração...

Ajoelho sobre um chão marcado por lágrimas evaporadas à teimosia em te seguir...

Ajoelho, refaço o novo... pauso o ato de viver quando morres ao meu pé...

Agora que estou aqui, amada minha, falarei sobre os engasgos provocados por tua temperança que varre as têmperas do meu viver

Já são todas as cores unificadas nesta tua face negra...

Já são todas as realizações irrealizáveis devido a tua insistencia de quebrar conceitos prontos

Exploda-te, poesia!

Por trás de ti estou numa luta de bondades apresentadas pela ojeriza dos bons dias, tardes, noites e obrigados...

Deprede-te, poesia!

Tu escondes o roubo das virtudes primárias e sobre estes investe teus dentes, admiradores e fracassos...

Carrego nos ombros o fardo de ser desonesto por tua causa, poesia...

Carrego a sujeira e quando viajo, uso da tua companhia aérea pois, gosto de usufruir dos inocentes... entretanto, às vezes temo tamanha complacência...

Pode ser que venha alguém do planeta dos macacos e sequestre a ti... pode ser que um raio caia sobre o relógio da catedral em pleno tinir das doze horas... pode ser que surrupiem minhas idéias (que são você) e aproveitem das minhas boas intenções para ludibriarem os feitores da verdade...

Esmigalhe-te, poesia!

Os vestígios de ti eu limpo... escondo nas reuniões com outros poetas maravilhosos e gargalho-te na mesa dos escarnecedores...

Eu sou maçon, eu sou da extrema direita, eu sou da república, eu sou da ostentação, eu sou carrapato, eu sou melindrado, eu sou piegas, eu sou manipulado, eu sou mal amado, eu sou das boas notícias, eu sou, eu sou, eu sou...

Sou poesia, sou!

Agora que chamei teus olhos nos meus, diga-me...

Diga-me o que eu quero tornar a saber... Diga-me!

Diga-me que nossos votos jamais serão relembrados, como disseste daquela nossa última vez?

Aos vestidos pela carapuça (inclusive eu)

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Saturday, April 10, 2010 - 03:37

Poesia :

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robsondesouza

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Re: Renovando os votos com a poesia

Ajoelho, faço o renovo... respiro o que resta da sua respiração...
...
Sou poesia, sou!

És sem duvida pura poesia Robson

É um prazer poder ler

Abraço
Nuno

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