COLHEITA DE ESPERANÇA

Há uma extensa paixão que há muito não habita
Na suprema realidade da minha indomável solidão
Sobrevivendo á seca despontada nos meus vãos
Vigorizados e demasiadamente repetitivos
Desolados em gotas que acumulam nuvens de dor
A solidão deixa de ser triste quando é liberdade
Numa verdadeira terra de ninguém de alguém
Sobre um planalto varrido por ventos de fogo
Onde as sementes esperarão o regresso das chuvas
Adormecidas na erva daninha do esquecimento
Na franja de uma esperança que absorve o amanhã
Desnudando arbustos que dançam sem eco
Deixando apenas uma crosta salgada de lágrimas
Semeando no rosto uma colheita de nada
Num jardim sobre uma lua que não existe
Esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam
Afio as garras do rancor sobre o dorso
De um rochedo de ausências nas minhas vontades
Que reclamam poéticas num alarme que soa revolta
A saudade devora o tempo de medo mas saboreia
A esperança encontrada num amor tatuado
No Sol que bronzeia de prazer cada ontem
Do meu chegar hoje a este cálice de emoções
O amanhã é sombra iluminada de luz
De carências que a alma exige do corpo
Que trago ao colo de uma paixão contida
Num subsolo de duvidas confirmado
O ideal toca-me o olhar com a perfeição
Num puzzle que a solidão não completa
Gritando o murmúrio de uma alma gémea

Submited by

Saturday, March 8, 2008 - 17:33

Poesia :

No votes yet

Henrique

Henrique's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 2 weeks ago
Joined: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Add comment

Login to post comments

other contents of Henrique

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Thoughts DA POESIA 1 9.560 05/26/2020 - 22:50 Portuguese
Videos/Others Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 51.978 06/11/2019 - 08:39 Portuguese
Poesia/Sadness TEUS OLHOS SÃO NADA 1 9.025 03/06/2018 - 20:51 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 10.439 02/28/2018 - 16:42 Portuguese
Poesia/Thoughts APALPOS INTERMITENTES 0 9.125 02/10/2015 - 21:50 Portuguese
Poesia/Aphorism AQUILO QUE O JUÍZO É 0 8.958 02/03/2015 - 19:08 Portuguese
Poesia/Thoughts ISENTO DE AMAR 0 8.853 02/02/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Love LUME MAIS DO QUE ACESO 0 9.554 02/01/2015 - 21:51 Portuguese
Poesia/Thoughts PELO TEMPO 0 7.607 01/31/2015 - 20:34 Portuguese
Poesia/Thoughts DO AMOR 0 7.677 01/30/2015 - 20:48 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SENTIMENTO 0 7.264 01/29/2015 - 21:55 Portuguese
Poesia/Thoughts DO PENSAMENTO 0 8.837 01/29/2015 - 18:53 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SONHO 0 6.706 01/29/2015 - 00:04 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SILÊNCIO 0 7.593 01/28/2015 - 23:36 Portuguese
Poesia/Thoughts DA CALMA 0 6.550 01/28/2015 - 20:27 Portuguese
Poesia/Thoughts REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 6.077 01/27/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Thoughts MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 8.598 01/27/2015 - 15:59 Portuguese
Poesia/Aphorism NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 7.708 01/26/2015 - 19:44 Portuguese
Poesia/Thoughts SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 8.049 01/25/2015 - 21:36 Portuguese
Poesia/Thoughts MIGALHAS DE SAUDADE 0 7.787 01/22/2015 - 21:32 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 7.033 01/21/2015 - 17:00 Portuguese
Poesia/Thoughts PALAVRAS À LUPA 0 6.881 01/20/2015 - 18:38 Portuguese
Poesia/Thoughts MADRESSILVA 0 5.851 01/19/2015 - 20:07 Portuguese
Poesia/Thoughts NA SOLIDÃO 0 9.193 01/17/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Thoughts LÁPIS DE SER 0 8.846 01/16/2015 - 19:47 Portuguese