A dois passos...
Sinto sombras a correr-me nas veias,
a estalarem nos pés imóveis
Sinto a maldição a lacerar-me a carne
este corpo que o tempo corrompe devora
em cada palpitação,
a cada indício.
E não tenho tempo
Não tenho tempo de ter mais tempo.
Condenada afundada na lama e na ferrugem
lamaçal pútrido
Gritos indomáveis ao caos,
ao violento crucifixo
espetado nas entranhas estranhas
cicatrizes cozidas a suturas felizes
Recompõem a dor equilibrando-a
Rodopiando-a abstraída
no umbral da minha inconsciência.
Ainda que a invoque como santo desígnio
sobrevive à minha própria história,
à minha inexistência
desde a alvorada em que nasci.
Com a arma encostada disposta ao alcance
de um grito silencioso expectante
a dois passos do precipício ou do paraíso
Não sei!
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Tuesday, May 6, 2008 - 19:32
Poesia :
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Comments
Re: A dois passos...
Querida poetisa
A certeza e a incerteza
andam sempre juntas em
nossa vida...
Nunca sabemos onde o nosso
Próximo passo irá pisar...
Parabéns muito boa sua
reflexão
Beijinhos no coração
Re: A dois passos...
Uma meditação a dois passos do precipício ou do paraíso, quem sabe??? bj
Re: A dois passos...
dois passos que seduzem; dois passos que podem ser o culminar de longa caminhada, que podem ser o início de nova caminhada. Projecta-se o pé para cumprir metade do desafio, ou não?
beijo
"(º0º)"
Re: A dois passos...
sim...suponho, porque metade de mim é sonho e a outra metade...também!
Re: A dois passos...
A dúvida do que existe do outro lado permanece.
Li e gostei desta meditação.
Bjs