NA RAZÃO DO ERRO, A CAUDA DO SILÊNCIO

 

Isolo-me rodeado de mim a caminhar sobre cascalho cansado.

Uma escuridão imensa vibra pelas pregas da noite
por onde minha alma escapa.

Ouço estalar sobre os meus pés os gritos vindos de um pântano
onde já nada me acontece senão espera.

Sinto na razão do erro a perseverança que me torna egocêntrico.

Sonhar, agora são caudas emaranhadas num ventre de silêncio
que rejeita as palavras que meus pulmões procuram.

Impaciente, levo avante menosprezos em busca de outras realidades mudas.

Descomprimo todo o ânimo possível e impossível
para continuar desenrolado de insegurança.

Dentro de mim sinto desejos irrealizáveis.

Desejos que me desorientam a pele em arrepios de vazio.

Empurro-me para um chão de facetas adiadas de inconstância.

Olho-me ao espelho assumindo a lucidez dos meus olhos
desmoralizados por hipocondrias de trote infinito.

Vejo no meu reflexo sensações de insatisfações ocultas
na superficialidade de uma imagem que em mim desconheço.

Desembarco em brilhos malditos que paralisam as estrelas
sobre o frio que não sinto.

Ao aproximar-me de mim, minto ser eu
naquela lama esfarrapada ao ver-me ao espelho
alimentado de eternidade.

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Monday, May 30, 2011 - 11:48

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