DINHEIRO, O PERFUME DA PORQUIDÃO
Paralelepípedos desfasados
decompõem os bons dos maus.
Eles são facas, eles são carnes.
Balanças vazias
enviúvam o peso da água
entre inocentes e culpados.
Eles são suspiros, eles são gritos.
Triângulos lastrados de mau juízo
sentenciam os vícios dos puros e dos impuros.
Eles são presas, eles são caça.
Círculos impessoais sondam
as vertigens dos santos e dos pecadores.
Eles são luzes, eles são escuros.
Quadrados desarticuladamente vitupérios,
encaixilham o imaginário do começo e do fim.
Eles são ventos, eles são pedras.
Pirâmides de remorso ambíguo
tremulam ancoradas entre perdão e vingança.
Eles são água, eles são azeite.
Esferas trágicas
invertem a última palavra
entre o ser diabólico e o ser divino.
Eles são alfaiates, eles são alfinetes.
Espólios fulgentes
centrifugam-se na apoquentação da alma
entre o odor do dinheiro e o perfume da porquidão.
Eles são sofisma, eles são cidade.
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