ARCO-DA-VELHA


Atravessamos os murais do tempo,
onde cada tabique é uma pirâmide de anseios.

Murais onde o silêncio
é vertigem bordada de escadas
qual cavalo selvagem não se deixe domar.

O tempo é uma escarpa,
de terras aluídas onde as memórias
são raízes que nos apontam retornos à inocência.

Voltamos atrás o pensamento
sobre os nosso momento mais incrível,
arco-da-velha no olhar com lágrimas de amor.

Outras vezes,
o pensamento é um pântano
de maus momentos que são pedras
arremessadas ao ego com ódio cego.

Recordações onde o sorriso
é um cacifo do quanto culpa somos.

Da história onde o corpo é um livro,
esquecido na estante cicatrizada da idade já lida.

Ida sem volta,
onde o amanhã é uma corda
de rede atirada ao mar da vida,
pescada em cardumes de esperança.

A idade é uma biblioteca de enredos,
de sentimentos urdidos no tear das emoções.

Emoções dando voz
a sensações que nos tratam do jardim da alma.

Sensações de grito quando a saudade
são as mãos sepultadas de quem nos amou.

Sensações de sonhar
quando alguém de nós parte à boleia
de promessas que são portões fechados no destino.

Sensações de chegar a algum lado
sem saber onde pousar nem para quem posar.

Sensações de nós
quando sentimos ser nós próprios
o nó que ninguém nos ensinou desatar.

 

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Tuesday, May 31, 2011 - 16:51

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