Receio ser eu mesmo nada.

(Receio ser eu mesmo, nada)

Quem sucumbiu não fui eu,
A cento e um alvor e nada,
Nada tenho que não seja
A lua parda, parada, presa

A cem mais uma almas
Frágeis, de vidro que trago
Penduradas, místico eu
Que me ocupo da dor d’mais

E morro todas as madrugadas,
Treino o finito e o perecível
Que é o corpo sem asas,
Cubro-me de pássaros e vidros

Frágeis quanto as almas
Que trago ao cinto penduradas,
Nas pernas presa a lua parda
Diz-me adeus, minto; me chama

No escuro da noite, tão clara
Quanto o brilho das minhas almas
Mil e uma que trago na cintura,
Tão finitas frágeis e sem asas,

Místico eu de madrugada e à noite
O luar meu culto, ramos palácios
Onde ressuscito sereno, sem fim,
Quem sucumbiu não fui eu,

Mas o receio de ser eu mesmo
Nada.

Joel Matos (09/2017)
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Jueves, Febrero 8, 2018 - 10:08

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