Uma grande serpente segue engolindo o horizonte

Aqui neste silêncio do amanhecer
Palavras escritas fluem pelas veias
Como essência de vida que incomodam
Mentes medíocres que insistem em permanecer à minha volta
Quando desejo libertar-me de toda essa angústia
Que corrói o intelecto.

Escrevo porque preciso ver o desmascaramento da pólis
Revelar o mais sórdido conselho
Realizado às espreitas nos grandes salões
Com as figuras mais emblemáticas
Que acreditam piamente serem donos de tudo isso.

O entorpecimento enfumaçado da poluição da cidade
Deturpam os mais sensíveis olhares
Que realmente poderiam enxergar os acontecimentos
E são impedidos pela fúria incontrolável
Dos trogloditas de plantão abraçados a sua inércia corriqueira
Impedindo quem quer que seja que deseja alcançar o sucesso.

Uma grande serpente
Segue engolindo o horizonte diante de nossos olhos
Destruindo os sonhos até então possíveis de realização
Mas que são varridos para baixo dos tapetes
Escondidos a meia boca pelos salafrários
Que só desejam a destruição da moral.

Fantasmas pelos becos sórdidos da metrópole
Espreitam as pobres vítimas indefesas
Que buscam auxílio pelas madrugadas
Esperando que coisas boas possam acontecer
E sabemos que nada pode mudar esse caos fantasmagórico.

Procuro a fé dentro das extinções das crenças
Para que veja esperança na humanidade que ai caminha
E não se pode encontrar nada disso em seus passos
Que são trôpegos como dos ébrios que cambaleiam nas calçadas
Dando a impressão de que o mundo está pendido
Ora para um lado, ora para outro.

Quando sozinho posso encontrar-me a mim mesmo
E pensar que tudo isso não passa de uma agonia inválida
Que só eu mesmo posso sentir e nada fazer a respeito
Porque está dentro de mim e a maioria das pessoas
Seguem suas vidas normais nesse mundo perfeito para elas.

E estas são palavras testamentárias na boca de um solitário
Palavras que transcrevo no silêncio do amanhecer
Registro de uma inquietação que perturba minha mente
Por achar que poderia ser diferente as ações humanas
Quando se olha para a nossa existência.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Lunes, Mayo 30, 2022 - 11:48

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 12 horas 10 segs
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 18098

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación A trágica paixão de Sansão 6 826 04/18/2024 - 19:34 Portuguese
Poesia/Desilusión A parte fraca do coração 6 1.745 04/16/2024 - 23:43 Portuguese
Poesia/Desilusión O lamento do sofrer 6 2.661 04/16/2024 - 10:40 Portuguese
Poesia/Meditación O fim do mundo bate à porta 6 4.217 04/15/2024 - 22:38 Portuguese
Poesia/Meditación Eu posso dizer não! 6 1.483 04/15/2024 - 10:29 Portuguese
Poesia/Meditación A angústia de Caim 7 6.989 04/14/2024 - 23:52 Portuguese
Poesia/Amor Não era brincadeira 6 1.166 04/13/2024 - 13:09 Portuguese
Poesia/Amor Fascinante 6 3.518 04/10/2024 - 19:11 Portuguese
Poesia/Amor Em cada pétala de rosa 7 2.265 04/10/2024 - 01:31 Portuguese
Poesia/Meditación A Mulher Samaritana 6 1.652 04/08/2024 - 22:06 Portuguese
Poesia/Intervención Contra o racismo 6 2.408 04/07/2024 - 13:06 Portuguese
Poesia/Desilusión Do amor não correspondido 6 4.641 04/06/2024 - 13:18 Portuguese
Poesia/Intervención Contra o bullying 6 2.269 04/05/2024 - 21:58 Portuguese
Poesia/Amor Impossível ignorar 6 1.624 04/05/2024 - 01:43 Portuguese
Poesia/Desilusión Não posso te esquecer 6 4.408 04/04/2024 - 01:54 Portuguese
Poesia/Desilusión Seu prisioneiro 6 1.511 04/02/2024 - 10:51 Portuguese
Poesia/Amor Um poema sem palavras 6 1.921 04/01/2024 - 18:33 Portuguese
Poesia/Desilusión Quando não se pode evitar 6 2.185 03/30/2024 - 12:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos Observação 6 4.076 03/27/2024 - 21:12 Portuguese
Poesia/Desilusión Agora o coração reclama 6 1.281 03/26/2024 - 19:13 Portuguese
Poesia/Intervención A insensatez da guerra 6 729 03/25/2024 - 18:49 Portuguese
Poesia/Intervención Senso crítico nebuloso 6 3.175 03/24/2024 - 12:39 Portuguese
Poesia/Desilusión Entre as sombras da noite 6 4.934 03/23/2024 - 13:32 Portuguese
Poesia/Intervención O espelho da realidade 6 1.878 03/22/2024 - 12:17 Portuguese
Poesia/Dedicada À beleza do verso 6 2.871 03/21/2024 - 19:00 Portuguese