Amonte

Abarrota o meu peito, num campo claro,
O cheiro dos fenos, todo me rendo, aos montes
Subindo as colinas, bebendo em renascidas fontes.
No canto d’este olho, uma lágrima d’avaro,

Tal regato de Agua, preso á cintura, trago
Saudoso e oiço flautas, apenas, segredar
Silêncios intensos, nas palavras de ar,
Que me inundam e alargam o fôlego,

Nesta erva viçosa, que me solta e prende,
Dispo-me de conceitos e finjo dela fazer parte,
E já não sou eu quem foge, sou levado
A monte, Carpindo fogo e suor, suave e cálido,

Sou a montanha que me foge, na tarde.

Jorge Manuel Mendes Dos Santos
(2010/01)

http://namastibetpoems.blogspot.com

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Jueves, Febrero 11, 2010 - 13:08

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

Joel

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Comentarios

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Re: Amonte

Sou a montanha que me foge, na tarde.

Bom poema, uma meditação que nos move as montanhas interiores!!!

:-)

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vcs sim

montaram montanhas e aqui estão ainda, muito bom , espero continuar convosco muitos anos mais ...bem hajam

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Re: Amonte

LINDO POEMA, GOSTEI!
Meus parabéns,
Marne

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de todos vcs

gosto eu também assim como da vossa miraculosa escrita poética

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