Mesmo que o amor morrer
Mas nunca esquecida serás…
Até intermitentes lembranças de ti importarei sujeitas no peito…e para lá da tua ausência serás…o sol intruso nas tardes de inverno, o meu pranto, a saudade…o inferno.
Que será a tua cara em todos os sítios onde andarei…
São Paulo, Lisboa, Praga…de não te ver, em todas a cidades que construíste em mim…serás o impulso do olhar, de te ver reflectida nas montras, nos prédios, nos autocarros em tudo do tudo me serás…
Tu, nas docas de Londres, nos portageiros da 25 de Abril, na churrasqueira á esquina com saudades de ti a doer oceanos incertos com água a salgar a língua das palavras não ditas.
Mas nunca esquecida serás…
Talvez perdida, para outro, para ninguém, para ti…
Virão semanas, meses, anos, que certa és tatuagem de um sonho que ousei viver…e serás, o entardecer cintilante do Agosto desembravecido na baía de Cascais, a cara na multidão do Setembro em comício na festa do avante, o Outubro onde és republica da constituição de memórias sufragadas por mim, onde voto viciado no município da tua imagem…serás tu nas palavras de ordem, a moça que segura o pano, até o porta bandeira da manifestação onde grito o teu nome para me lembrar que… nunca esquecida serás…
Não sei dos meus caminhos nem as voltas dos meus passos.
Talvez por estas ruas transversas encruzilhadas rendadas pelas nuvens que uni versam paixões e dor…me esqueça que tenho fome, ou até que tenho nome…só por consumo de amor.
Então viajo delirante…e serás…
Farol de Alexandria, o Porto de Amesterdão, os becos de Nova York, os Jardins da Babilónia, a população da China numa muralha de sentir…que viva eu o que viver...esqueça eu o que esquecer…nunca esquecida serás…
Mesmo que o amor morrer.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1295 reads
Add comment
other contents of Lapis-Lazuli
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aforismo | As arvores não morrem de pé | 1 | 1.194 | 04/05/2010 - 18:58 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Bairro do fim do mundo | 4 | 1.177 | 04/05/2010 - 18:58 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Em solo ébrio | 1 | 1.113 | 04/05/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Por onde voam mariposas | 5 | 1.061 | 04/01/2010 - 02:54 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | A rir será | 5 | 996 | 03/30/2010 - 08:01 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Aparte de mim | 2 | 1.126 | 03/28/2010 - 17:08 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Intendente | 2 | 992 | 03/26/2010 - 16:43 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Amo-te as coisas pequenas | 6 | 857 | 03/26/2010 - 09:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | O homem que fazia chover | 5 | 796 | 03/25/2010 - 00:05 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Eu quero um Volkswagen | 2 | 1.086 | 03/22/2010 - 18:25 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Terra Pintada | 2 | 927 | 03/19/2010 - 20:29 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Foste inverno que passou | 3 | 1.059 | 03/18/2010 - 19:35 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | O cagão | 1 | 1.482 | 03/18/2010 - 18:13 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Apogeu da inquietude | 2 | 1.130 | 03/18/2010 - 17:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Não vou morrer sem chorar | 2 | 785 | 03/17/2010 - 11:51 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Está calor...não está? | 3 | 930 | 03/16/2010 - 21:46 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Bacalhau com natas | 3 | 849 | 03/13/2010 - 18:57 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Lado a Lado | 2 | 1.210 | 03/13/2010 - 18:52 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | De manhã submerso | 4 | 1.252 | 03/13/2010 - 09:47 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Era uma vez na América | 2 | 1.380 | 03/09/2010 - 01:52 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | You can't always get what you want… | 2 | 652 | 03/06/2010 - 16:37 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Vigília | 3 | 854 | 03/06/2010 - 16:26 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Hora de ponta | 2 | 1.000 | 03/06/2010 - 16:22 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Um abraço...porque sim! | 7 | 532 | 03/05/2010 - 20:10 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Rua dos Mercadores | 2 | 829 | 03/05/2010 - 01:08 | Portuguese |
Comentarios
Re: Mesmo que o amor morrer
Dá-lhe agora Adolfo!!!
Mesmo que esse amor morra,assombrar-te-a a banalidade
dos dias normais!!
Eu também já estive assim.
Todos os pensamentos iam "desaguar" á puta do mesmo mar.
Fosse por um anuncio de um shampoo xunga qualquer que visse na tv, fosse pelos "portageiros da 25 de abril"
O amor fomenta a estupidez.
Este é teu jardim sem duvida.
Mais uma vez lá foi o Adolfo a deslizar ideia fora.
Não sei se há olheiros da literatura , como no futebol mas se houver....Olha o Adolfo!!!
Re: Mesmo que o amor morrer
virtuosa deveras ser esta sua musa... brindou-lhe com grande inspiração...
-->> (...)
Parabéns pelas lindas palavras! Que estas a tragam sua fonte criativa a si!
Re: Mesmo que o amor morrer
Lindo poema, gostei muito!
que viva eu o que viver...esqueça eu o que esquecer…nunca esquecida serás…
Mesmo que o amor morrer.
Meus parabéns,
Marne
Re: Mesmo que o amor morrer
Amigo poeta o amor não morre, apenas se cala, ou se esconde, e não ha distancias ou barreiras pra quem ama... Parabens lindo poema, profundo entre aguas rasas!!! Beijos poéticos
Re: Mesmo que o amor morrer
Parabéns pelo belo poema.
Gostei.
Um abraço,
Roberto
Re: Mesmo que o amor morrer
"Mas nunca esquecida serás…
Talvez perdida, para outro, para ninguém, para ti… "
Porque o verdadeiro amor tatua-nos a alma para sempre...
Beijinho em si!
Inês Dunas
Re: Mesmo que o amor morrer
Um poema com arte, razão e sentimento!!! :-)
Reparei na hora em que postou, já viu? 1:11:11