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Está calor...não está?
Hoje está um calor de trovoada que inspira á tragédia do dia.
As conversas de circunstância que têm o clima como tópico, deviam ao menos obedecer a um pré requisito…
Não me seleccionarem como receptor dos boletins meteorológicos “ad-hoc”, por parte de quem está á espera de ouvir: ”hum-hum”, ”pois” e outros reducionismos verbais, que roçam mentalmente respostas como: “vai comer raízes de soja para o Nepal”… ou simplesmente, vai bardamerda.
Pá, mas hoje está uma brasa das caraças.
O Aníbal que é um gajo que trabalha comigo chega todos os dias ao trabalho a assobiar…
Não basta este processo de felicidade implícita perante um dia que se afigura penoso, ser um verdadeiro atentado ao meu mau fígado, quando ainda a recompor o espírito da “magnitude da explosão”, vem um requintado…-Bom dia!... Seguido do golpe de misericórdia…
-Está “solinho"!!!
Este gajo é camionista, vai passar oito horas dentro da lata a fritar, utiliza neologismos como: “Solinho”, (que entendo como uma afirmação apaneleirada de provinciano de subúrbio), diz “bom dia” á malta com uma alegria estonteante, capaz de pôr um carrossel a andar, assobia como se tivesse sido aumentado ás sete da manhã , o que me faz pensar seriamente que o referido, faz parte de um grémio conspirativo (estilo maçonaria), que tenta por todos os meios destabilizar a minha infelicidade proletária.
Outro mamífero que tem contrato laboral com a firma onde trabalho e por força dessa circunstância também é meu colega é o Eduardo.
O Eduardo é do género de gajo que passa a vida a sonhar com o “euromilhões”…
Versado nas conversas de célula, que são compostas por mais três ou quatro assalariados,
todos “euromilionários” em potencial, nas horas vagas, mas motoristas profissionais na hora do patrão por condições alheias á “betawind”, deixam escapar o sonho no futuro do subjuntivo em suposições pueris que rezam: -se eu ganhasse o euromilhões comprava uma casa na terra…
Rapidamente, para que outros não se apropriem da “fortuna” das ideias milionárias, depois de muitas “casas na terra” “dois milhões de minis” e umas “viagens á Foz do Arelho”, o Eduardo, que é camionista e carrega pedra, descobre qual o verdadeiro motivo pelo qual ele seria o justo vencedor do prémio…
-Eu…comprava uma camioneta grande;
Ainda estou eu a assimilar á revelia da conversa esta brilhante ideia, quando surge a justificação para o camião…
-Comprava uma camioneta grande e carregava o dobro da pedra…
Não sei se é por o Eduardo ser de Pêro-Pinheiro e toda a vida ter crescido entre calhaus que se tornou num digníssimo representante dos mesmos…
No meio deste calor (está mesmo um brasil tremendo), também tenho as minhas teorias almanaqueiras, sobre dinheiro…e esta que li não sei onde nem quando, , ficou-me como máxima…”Quem diz que o dinheiro não traz felicidade, não sabe onde ir ás compras”…uma pérola materialista que me aumenta a temperatura consumista com ganas de contradizer a expressão na sua essência a queimar cartões de crédito em Manhattan enquanto saboreio um Montecristo na 5th Avenue.
Também temos um chefe, que não é índio mas tem aspirações a xerife e como já seria de esperar…a meteorologista!
Os pais optaram por lhe dar um nome normal…Rui.
O Rui é daqueles falsos calados que mordem pela calada todas as estações do ano, faça sol ou faça chuva.
Foi escolhido para o cargo pelas suas débeis capacidades comunicativas, pelo seu dom intrínseco de periodista do «borda d’ água», e por obrigar os motoristas, com 40º graus á sombra colocar o encerado no camião…porque vai chover…
-Pá…vai chover.
Pediu vai ter.
-Vai tu…Rui!!!
-Vai comer raízes de soja para o Nepal...bardamerda!!!
Hoje está um calor de trovoada…que inspira á tragédia do dia.
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Comentários
Re: Está calor...não está?
Muito bom, bela essência contém essa poesia.
Re: Está calor...não está?
Hoje está um calor de trovoada que inspira á tragédia do dia.
Belo poema de quem sabe descrever como ninguém as vicissitudes humanas.
Abraço.
Vitor.
Re: Está calor...não está?
Um poema com arte, razão e sentimento!!! :-)