Colar boca a boca - Soltar boca da boca
Fecham-se as portas
E mundos estreitos tilintam luzentes
Letras de veementes vidas que morrem,
Mortes que vivem...
Psiu!
Espumas dizem bolhas em bocas brancas
Explodem em vapores refrescantes.
Limpamos o gosto salgado do choro
Da mancha, manchamos sentidos.
Tocam-se dedos de insultos...
Suor soa e sua cansaço.
Tem angústia tentando arrombar trincas
Mais uma vez há tentativa de sobrevivência
Põe-se sentido nas vozes, expressões e olhares,
Mas de repente o silêncio volta ao nada
Sons repetem gestos e visões
Manhãs são portões
Que prendem no passado o que foi:
E ainda pensar nas coisas contrárias...
Nas tardes que são mãos
E que matam manhãs envelhecidas.
Delícias de toques brincam com pensamentos
Que no fim mudam de temperamento
Tornando-se o carrasco do capuz da maldade
Torturando feridas já tapadas
Que enfim... sempre abrem-se
Os joelhos não obedecem pernas
Nem pernas obedecem medulas
Qual nome ainda é nome?
Qual ser ainda é ser...
Se somos línguas corridas em vozes fugidias?
Qual verdade ainda é verdade?
Qual desejo ainda é desejo...
Se enxergamos o que sonhamos?
E sonhamos!
E somente sobressaltamos
A vontade de ainda não ser
O que somos.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1018 reads
Add comment
other contents of Alcantra
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Duas paredes | 0 | 1.304 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sede dos corpos | 0 | 1.273 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O lixo da boca | 0 | 1.350 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Virgem metal | 0 | 2.915 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Carne de pedra | 0 | 1.575 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Fim avarandado | 0 | 1.649 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Dentro do espelho | 0 | 1.391 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Um destroçado sorriso | 0 | 1.794 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Anestésico da alma | 0 | 2.105 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Fita laranja | 0 | 1.608 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Caro insano tonto monstro | 0 | 917 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Assaz lágrima ao soluço | 0 | 1.253 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sítio da memória | 0 | 1.296 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Aeronave de Tróia | 0 | 1.568 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Barro frio | 0 | 1.583 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Lutolento | 0 | 2.200 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Não | 0 | 1.137 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Da vida não se fala... | 0 | 954 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Jesuficado | 0 | 1.788 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O carisma do louco | 0 | 1.511 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O sonho é a visão do cego | 0 | 2.054 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Manhã infeliz | 0 | 1.518 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O veneno da flor | 0 | 1.077 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Olhos | 0 | 1.397 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Silêncio esdrúxulo | 0 | 1.401 | 11/19/2010 - 18:08 | Portuguese |
Comentarios
Re: Colar boca a boca - Soltar boca da boca
Qual verdade ainda é verdade?
Qual desejo ainda é desejo...
Se enxergamos o que sonhamos?
E sonhamos!
E somente sobressaltamos
A vontade de ainda não ser
O que somos.
Como sempre os teus poemas, são para ir lendo e relendo devagar. Sentir que caimos em cada passagem e já nada resta quando levantamos os olhos para o céu. Se ao menos um registo ficasse, um nome para contar a história, aí seríamos a bem aventurança, ao encontro do que nos gerou e criou e não andaríamos às voltas sem saber quem somos. Tudo muda e nessa mudança em vez de nos encontrarmos, afastamo-nos cada vez mais.
Os teus poemas são muito mais do que o que se lê, representam a força, o pulsar da vida que há em ti e eu adoro ler-te,
Beijos
Matilde D'Ônix
Re: Colar boca a boca - Soltar boca da boca
Alcantra :-)
Fantástico, poema.
Muito bom mesmo!!!
Abraço-luz...
mm
Re: Colar boca a boca - Soltar boca da boca
Delícias de toques brincam com pensamentos
Que no fim mudam de temperamento
Tornando-se o carrasco do capuz da maldade
Torturando feridas já tapadas
Que enfim... sempre abrem-se...
Mais um excelente poema que encontro no WAF!
:-)