PRIMUS INTER PARES

Já um dia foste larva
Já um dia foste parva
Em casulo logo erigido
Num desespero escondido

Já um dia foste semente
Já um dia foste presente
Sémen de pouca virtude
Grão sem grande atitude

Hoje és o que eu neguei
A amargura que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco

Foste essencia de Alecrim
feiticeira de Setim
haverá estrada lá fora?
tarderá a saida...a demora!

Hoje és vento futil
aragem de tempo inutil
E tudo logo se esvai
Como criança sem pai!

Filha de um tempo banal
a ti chamaram dona do mal
te deram o nome de Ignorância
para que o povo tenha tolerância!

Haja fé que ela morra
haja crença que se acabe
Que sobre ela se discorra
pode voltar, nunca se sabe

Submited by

Miércoles, Mayo 5, 2010 - 10:36

Poesia :

Sin votos aún

Mefistus

Imagen de Mefistus
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 4 años 22 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 3000

Comentarios

Imagen de mariacarla

Re: PRIMUS INTER PARES

Amigo:

Também o bicho da seda se transforma numa encantadora borboleta branca.

Beijinho

Carla

Imagen de Clarisse

Re: PRIMUS INTER PARES

A força que imprime nas palavras, a forma (musicalidade) e o conteúdo são deliciosos. Mas um poema forte e intenso. Talvez a ignorância seja necessária para se passar a um novo patamar, mas ainda assim não deixa de o ser... ingnorância...

Beijo,
Clarisse

Imagen de Henrique

Re: PRIMUS INTER PARES

Hoje és o que eu neguei
A amargura que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco...

Sempre num bom ritmo!!!

:-)

Imagen de nunomarques

Re: PRIMUS INTER PARES

A critica incisiva, nas tuas fortes e sempre acertadas palavras.

Como sempre, gostei muito. Como sempre, fantástica a tua poesia.

Abraço
Nuno

Imagen de PMPM

Re: PRIMUS INTER PARES

Que poema tão amargo; li-o como se um diospiro verde, tivesse debaixo da lingua.

Do pouco que tenho lido (e gostado) do Mefistus, muitas vezes com perspectivas e formas (leia-se: formas de expressão emocional) diferentes, incomuns, este é o que mais me marcou.
Obrigado.

Um agraço,
Pedro

Imagen de vitor

Re: PRIMUS INTER PARES

Belo poema.
Gostei muito.

Abraço.
Vitor.

Imagen de analyra

Re: PRIMUS INTER PARES

Adorei o encadeamento das rimas, redondas.

Hoje és o que eu neguei
A amargura do que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco

Beijoca cara de pipoca...
Favoritos pela genialidade sem igual.

Imagen de LilaMarques

Re: PRIMUS INTER PARES

Mefistus,

A ignorância muitas vezes provoca tristes conseqüências,sim, quando se insiste em permanecer nela. Mas, se a olharmos como o ignorar algo e se estamos dispostos a flexibilizar e aprender, ela pode ser a porta para grandes aprendizados. Penso que a rigidez faz da ignorância um mal. Boa temática nos trouxeste para reflexão.

Um beijo, meu querido.

Lila.

Imagen de Librisscriptaest

Re: PRIMUS INTER PARES

"te deram o nome de Ignorância
para que o povo tenha tolerância!

Haja fé que ela morra
haja crença que se acabe
Que sobre ela se discorra
pode voltar, nunca se sabe"

De facto a ignorância, bem com outras palavras com a mesma terminação (ganância, intolerância) presenteiam-nos com um mundo mais pobre e apodrecido... Esses ventos fúteis tantas vezes nos agitam, directamente ou por entre folhas dos outros...
era bom q se acabasse, mas esta bem longe se se abolir dos dicionarios e da nossa compreensão palavras e atitudes assim...
Deixas-nos um poema-semente com uma mensagem forte, transcrita na rima intuitiva da tua poesia!
Beijinho grande em ti!
Inês

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Mefistus

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 4 0 1.599 11/18/2010 - 23:08 Portuguese
Prosas/Contos A Lenda de Enoah -Ultimo capitulo - Parte 1 0 2.226 11/18/2010 - 23:05 Portuguese
Prosas/Tristeza Espiral da Vida 0 2.874 11/18/2010 - 22:51 Portuguese
Prosas/Contos O delirio de Raind - Parte I 0 1.904 11/18/2010 - 22:51 Portuguese
Poesia/General Medos e segredo 7 1.592 09/21/2010 - 10:17 Portuguese
Poesia/Amor Em corpo de Dor 4 1.861 09/14/2010 - 00:52 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 5 1 1.277 09/13/2010 - 16:48 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 4 - Parte 3 1 2.146 09/10/2010 - 08:51 Portuguese
Poesia/Amor Fado cigano de te amar! 6 1.672 09/10/2010 - 08:44 Portuguese
Poesia/Dedicada Rabiscos de Alma 5 2.034 09/07/2010 - 10:09 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 4 - Parte 2 1 1.352 09/05/2010 - 15:04 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 3 - Parte 3 3 1.500 08/27/2010 - 19:13 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico -Capitulo 3 - Parte 2 1 1.517 08/27/2010 - 11:39 Portuguese
Poesia/Meditación Improviso sobre o Nada 5 2.286 08/26/2010 - 13:40 Portuguese
Poesia/Aforismo A vertente de Ser 4 1.501 08/26/2010 - 08:42 Portuguese
Poesia/Desilusión Poetar no Silencio da Dor 8 2.158 08/25/2010 - 10:17 Portuguese
Poesia/Erótico Toque feminino 7 3.249 08/24/2010 - 17:34 Portuguese
Poesia/Desilusión Pois então! 6 1.589 08/14/2010 - 17:42 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 3 3 2.269 08/14/2010 - 11:52 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico Capitulo 2 - Parte 3 2 1.612 08/07/2010 - 04:22 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico - Capitulo 2 - Parte 2 2 3.014 08/06/2010 - 17:28 Portuguese
Prosas/Contos Eskizofrénico Capitulo 2 3 1.548 07/29/2010 - 17:07 Portuguese
Prosas/Contos A Lenda de Enoah - Ultimo Capitulo - Parte Final 7 2.694 07/26/2010 - 22:56 Portuguese
Prosas/Contos A lenda de Enoah - Capitulo 16 1 2.676 07/26/2010 - 22:42 Portuguese
Prosas/Contos A Lenda de Enoah - Capitulo 15 - Parte 2 3 1.588 07/26/2010 - 22:41 Portuguese