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PRIMUS INTER PARES
Já um dia foste larva
Já um dia foste parva
Em casulo logo erigido
Num desespero escondido
Já um dia foste semente
Já um dia foste presente
Sémen de pouca virtude
Grão sem grande atitude
Hoje és o que eu neguei
A amargura que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco
Foste essencia de Alecrim
feiticeira de Setim
haverá estrada lá fora?
tarderá a saida...a demora!
Hoje és vento futil
aragem de tempo inutil
E tudo logo se esvai
Como criança sem pai!
Filha de um tempo banal
a ti chamaram dona do mal
te deram o nome de Ignorância
para que o povo tenha tolerância!
Haja fé que ela morra
haja crença que se acabe
Que sobre ela se discorra
pode voltar, nunca se sabe
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Poesia :
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Comentários
Re: PRIMUS INTER PARES
Amigo:
Também o bicho da seda se transforma numa encantadora borboleta branca.
Beijinho
Carla
Re: PRIMUS INTER PARES
A força que imprime nas palavras, a forma (musicalidade) e o conteúdo são deliciosos. Mas um poema forte e intenso. Talvez a ignorância seja necessária para se passar a um novo patamar, mas ainda assim não deixa de o ser... ingnorância...
Beijo,
Clarisse
Re: PRIMUS INTER PARES
Hoje és o que eu neguei
A amargura que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco...
Sempre num bom ritmo!!!
:-)
Re: PRIMUS INTER PARES
A critica incisiva, nas tuas fortes e sempre acertadas palavras.
Como sempre, gostei muito. Como sempre, fantástica a tua poesia.
Abraço
Nuno
Re: PRIMUS INTER PARES
Que poema tão amargo; li-o como se um diospiro verde, tivesse debaixo da lingua.
Do pouco que tenho lido (e gostado) do Mefistus, muitas vezes com perspectivas e formas (leia-se: formas de expressão emocional) diferentes, incomuns, este é o que mais me marcou.
Obrigado.
Um agraço,
Pedro
Re: PRIMUS INTER PARES
Belo poema.
Gostei muito.
Abraço.
Vitor.
Re: PRIMUS INTER PARES
Adorei o encadeamento das rimas, redondas.
Hoje és o que eu neguei
A amargura do que nunca terei
O rasgo do sorriso mouco
num Mundo sempre louco
Beijoca cara de pipoca...
Favoritos pela genialidade sem igual.
Re: PRIMUS INTER PARES
Mefistus,
A ignorância muitas vezes provoca tristes conseqüências,sim, quando se insiste em permanecer nela. Mas, se a olharmos como o ignorar algo e se estamos dispostos a flexibilizar e aprender, ela pode ser a porta para grandes aprendizados. Penso que a rigidez faz da ignorância um mal. Boa temática nos trouxeste para reflexão.
Um beijo, meu querido.
Lila.
Re: PRIMUS INTER PARES
"te deram o nome de Ignorância
para que o povo tenha tolerância!
Haja fé que ela morra
haja crença que se acabe
Que sobre ela se discorra
pode voltar, nunca se sabe"
De facto a ignorância, bem com outras palavras com a mesma terminação (ganância, intolerância) presenteiam-nos com um mundo mais pobre e apodrecido... Esses ventos fúteis tantas vezes nos agitam, directamente ou por entre folhas dos outros...
era bom q se acabasse, mas esta bem longe se se abolir dos dicionarios e da nossa compreensão palavras e atitudes assim...
Deixas-nos um poema-semente com uma mensagem forte, transcrita na rima intuitiva da tua poesia!
Beijinho grande em ti!
Inês