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A Lenda de Enoah - Capitulo 15 - Parte 2

Leopoldo II seria o anfitreão da magnitude do Conselho de Guerra e de algumas extravagâncias dos seus intervenientes. Rodeara-se de uma equipa diversificada, mas reparava agora pouco bélica, pouco estratega.
As preocupaçãos do Reino sempre se voltaram para o bem estar dos seus subditos e para a manutenção da economia rudimentar.
Em Ischtfall eram acima de tudo de tudo os camponeses e mercadores quem detinham a grossa fatia das remunerações régias, tendo a classe da Nobreza a titulo unicamente de Status o estatuto de Sir e alguma ajuda pecuniária.
Se os camponeses e mercadores dificilmente tinham acesso ao palácio, os Nobres por sua vez viviam lá metidos. Pouco dados á Guerra, optavam pelo prazer da caça e pela corte às damas do palácio.
Com os nobres tão dependentes do poder régio, Leopoldo II sabia que qualquer que fosse a sua tomada de posição os teria, invariavelmente a seu lado. Quanto aos mercadores, eles que eram igualmente alvo da maior fasquia de imposto régio, veriam com bons olhos a possibilidade de frequentarem as ricas propriedades de Orgutt e poderem livremente criar rotas comerciais. Restava apenas o maior entrave, Gambinus.
Leopoldo II sabia que Pretorius optara por desenvolver a industria e a máquina de Guerra do reino. Tal acontecera devido aos inumeros confrontos com clâs vizinhos. Ischtfall sempre viveu em paz, até Pretorius decidir que haveria de os conquistar.
O rei ergueu-se, chegando à conclusão que a melhor forma de matar a cobra, era expondo-se ao seu veneno e assumindo um ar teatralmente perturbado, dirigiu-se aos aposentos do padre.
Foi um Gambinus preocupado com a falta de noticias do seu pajem, aquele que recebeu sua najestade:
-Majestade, escusava de ter tido o trabalho....Poderia ter-me convocado á sua presença!
-Agradeço meu bom amigo Gambinus. Mas preferia que esta conversa fosse informal.
-Como desejar Majestade. Calculo que o seu coração esteja nublado, pela carência de saude, da nossa rainha.
O rei de mãos entrelaçadas atrás das costas e de olhar vago, suspirou:
-È o Conselho de Guerra que me peocupa.
-O Conselho de Guerra? Mas meu rei, cuidei que tal convocatória seria anulada.
-Porque?
-Enfim, derivado á saude da rainha. Majestade me desculpe, mas é usual que ela ocupe o seu lugar e ...
-E eu não tenho competência para decidir sozinho...
Gambinus hesitou, olhando desconfiado a posse altiva do rei:
-De modo algum pretendia dar essa ideia, majestade. Mas é dever da rainha...
-Se a rainha falecese, não haveria mais Conselhos de Guerra?
-Ah...Sim...quer dizer, com certeza majestade. Claro que haveria.
-Pois bem, então agirei como se ela tivesse partido.
O olhar de incredulidade surgiu no rosto já branco de terror do Padre, que desesperadamente procurava uma ponta de pensamento, para mudar a vontade do Rei. Como se revisse a estratégia mentalmente, Gambinus optou pela astúcia e contra atacou:
-Confesso que me surpreendeu a convocatória. Bem sabendes, meu rei que Ischtfall não está pronto a guerrear.
-Para a nobre arte da guerra, nunca estaremos.
-Pelos Deuses, majestade não tomeis essa decisão. Atacar Orgutt será um suicidio.
Então pela primeira vez Leopoldo II confirmou as suas suspeitas e disse-o de uma forma bem audível:
-Mas, meu caro amigo, creio nunca lhe ter mencionado que atacariamos Orgutt.
-Como?
-Nunca revelei o teor da missão, como pôde supor que atacariamos Orgutt?
Gambinus mantinha-se pálido e verdadeiramente desesperado perante o olhar inquisidor do Rei. Caira numa armadilha e teria de hábilmente tentar sair dela.
Levantando os braços em direcção ao rei, assumiu uma atitude de vitima e gritou:
-Os Deuses me disseram, meu bom rei. Os Deuses me falaram. Eu mesmo o avisei que isso é loucura!
Ao ver o padre tão desprotegido e tão confuso,Leopoldo Ii não resistiu a continuar o seu " jogo":
-Pois os Deuses que relaxem que não atacaremos Orgutt. Este vosso amigo não é tão louco quanto o julgam.
-Não atacaremos? Mas então o Conselho de Guerra...
-Atacaremos as Montanhas. Tivemos uma impostora no palácio, que neste preciso momento organiza um exército de amadores, gentes da montanha e se preparam para nos invadir.
-Mas os meus espiões não me informaram que...
-Tendes espiões?
Se o povo que o temia o visse agora, Gambinus era uma figura anedótica. Toda a posse, a certeza e a confiança que usualmente exibia, com o seu nariz aquilino arrebitado, era agora substituida por uma posse de desespero. Nunca, que Leopoldo II se recordasse, o padre havia sido vencido na astucia:
-Espiões? Não...não propriamente são apenas gente simples que..
-São pagas a peso de ouro pelos cofres régios.
-Não, meu bom rei, nada disso.
-Acaso são figuras do reino?
Gambinus sentou-se na borda da cama, perdendo qualquer posse de nobreza e num tom vago, negou:
-Não meu rei. São apenas gente do povo que me foram uteis.Acaso me acusais de deslealdade?
-Gambinus, ouça eu estou fraco, com sono, cheio de problemas e pensamentos terriveis. Neste momento desconfio de todos e ainda mais da minha própria pessoa.
-Como eu o entendo meu bom rei. - Gambinus ao ouvir da fragilidade do Rei, ganhava novo animo.
-Durante anos, meu amigo, haveis sido o meu conselheiro e fiel confidente.
-Certamente Meu rei. Um enorme prazer.- Gambinus já em pé, assumia já alguma posse de vitória.
- Durante anos, haveis usado essa confiança com sabedoria.
-Sim meu Rei.Sempre no possivel para cumprir a palavra dos Deuses.
-Sendo meu confidente, haveis decerto tomado medidas que me protegessem e ao Reino sem que eu tenha tido o conhecimento.
Gambinus hesitou e cuidando tratar-se de um elogio, consentiu:
-Com certeza, meu bom rei. Nem sempre foram medidas éticas.
-Imagino. -De mãos atrás das costas o rei continuava o seu monólogo- Sendo obrigado a recorrer a subterfugios e a pessoas afectas ao reino, acima de qualquer suspeita, para conseguires o vosso intento.
-De facto , meu Rei. Nem sempre foi fácil, devo reconhecer.
-Acima de tudo, meu bom amigo, sois um verdadeiro estratega.
-Não cuidava que me tivesse em tão boa conta!
-Oh mas tenho meu fiel amigo. Tenho mesmo. Por isso tenho uma missão para vós.
-Uma missão, meu rei?
-Com a rainha neste estado, não poderei abandonar o palácio!
-Efectivamente.
-Gostaria que fosses vós a comandar o meu pequeno exército contra os habitantes da montanha.
-Mas meu senhor, não sou General.
O rei sorriu e gentilmente concordou com um aceno de cabeça:
-Sereis promovido, quando regressardes vitorioso.
Gambinus pareceu ter crescido uns vinte metros de tamanho. Retomava a sua posse e o seu ar maquiavélico e o sorriso de satisfação quase lhe desfigurava o rosto.
Liderar a batalha contra um bando de aldeões que viviam nas montanhas, sem qualquer protecção ou arma, seria como roubar um doce a um bebé. E no regresso, o rei o promoveria e então ele passaria a ter lugar no Conselho de Guerra. Seria o unico General do Reino, e quando Pretorius soubesse,o ajudaria no golpe palacial e ele seria o Imperdaor de Ischtfall.
Gambinus temia o rei nestas semanas, mas agora detinha a sua recpmpensa, seria o heroi do povo quando regressa-se ao reino!
-Meu bom rei, se é essa a vossa vontade, eu combaterei por si e pelo bom reino de Ischtfall.
-Optimo, avançareis com doze cavaleiros.
-Doze?
-Exactamente.
-Mas meu bom rei, isso não é exercito. Doze? Pelos Deuses, eu achei que seriam os mil homens que detemos e ...
-Mil homens para combater o povo da montanha?
-Bem, é uma montanha, teremos de subir e a cavalo.
-Seja doze cavaleiros e trinta soldados. De resto tendes os Deuses convosco.
-Mas meu bom rei, não duvidarei que sairemos vitoriosos, mas seria uma vitória anda mais arrebatadora se levasse o exército real.
-Serás recebido como um heroi. Agora ide, antes que o conselho de guerra chegue. Não quero que algum nobre sedento de glória tome o vosso lugar na batalha.
-Certamente meu bom rei, convocarei os homens e partiremos.
-Os homens já o aguardam. Incluindo os trinta soldados, pois achei que os fosses equisitar.
Baralhado com a prontidão do rei, Gambinus colocou o seu manto de honra sobre o traje de sacerdote.Naõ lhe agradava deixar o palácio, sem ter o seu pajem de regresso, mas afinal já não precisava de saber a resposta de Pretorius. Orgutt não seria atacado.
De sorriso de alegria e confiança estampado no rosto, o padre confidenciou:
-Requisitarei uma armadura e dentro de minutos partiremos. Faço questão de passar nos Passos do Reino, para que o povo nos veja a partir para a batalha. Para moralizar os homens!
-Como eu disse, um estratega! Fazei isso.
Vendo-se livre de Gambinus, o rei dirigiu-se à Sala de Comando, fechando cuidadosamente a porta e sentando-se com cuidado, abriu o enorme mapa na sua frente e colocou sobre ele. algumas folhas impressas perlo seu punho com o titulo, INVASÃO A ORKUTT

------------------Fim capitulo 15

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segunda-feira, junho 7, 2010 - 08:55

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Mefistus

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Comentários

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Re: A Lenda de Enoah - Capitulo 15 - Parte 2

Gambinus vencido pela mesma forma com que sempre enganou...! :-)

Clarisse

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Re: A Lenda de Enoah - Capitulo 15 - Parte 2

"Gambinus pareceu ter crescido uns vinte metros de tamanho. Retomava a sua posse e o seu ar maquiavélico e o sorriso de satisfação quase lhe desfigurava o rosto.
Liderar a batalha contra um bando de aldeões que viviam nas montanhas, sem qualquer protecção ou arma, seria como roubar um doce a um bebé."

Acredita, não ficava bem fazer uma citação ao texto todo!

Beijinho

Carla

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Re: A Lenda de Enoah - Capitulo 15 - Parte 2

Sabes qual a parte da lenda que mais gostei?

Descobre!

De TODAS

(já to tinha dito) LOL!

:-D

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