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A Lenda de Enoah -Ultimo capitulo - Parte 1
A noite caia pesadamente sob Arkhan, a planicie de extensa proporção que separava dois dos mais importantes reinos do mundo de Rohrr.
Uma noite em que fatalmente para os destinos dos dois reinos, tudo se decidiria e peripécias fatais conduziriam ao desfecho inesperado dos reinos.
Leopoldo II, comandava um exército de cerca de mil homens, dividos entre montadas de nobres e alguma infantaria. De acordo com o programado, dois cavaleiros abriam os flancos na noite escura, como se de batedores se tratassem, enquanto o rei seguia na frente da infantaria. Pese a forma apressada como sairam de Ischtfall, a vontade e sede de glória não estava presente nos seus homens. Nunca imaginarama ter de percorrer o "maldito Trilho de Arkhan" e grande parte da infantaria temia o surgimento repentino de monstros que ouviam no cancioneiro do reino, cantado por trovadores. Mas se o cavalgar á noite, para Orgutt, á luz de pequenos archotes já era per si só um obstáculo, então a ideia terrivel de acampar era outro pesadelo.
Leopoldo II sentia esse fardo nos seus homens, mas secretamente ria-se com a pouca fé deles no seu Rei. Jamais o rei colocaria vidas em risco desnecessáriamente.
A cerca de meio do caminho, o rei levantou a mão ordenando que a coluna militar parasse e chamou os falsos batedores:
-Não continuamos majestade?
-Não. Permaneceremos aqui.
-Darei ordens para acamparmos...
-Não. Não iremos acampar. Os homens que abandonem a estrada e se escondam na floresta. Atenção que não abandonem o contacto visual com o trilho.
-Na floresta, senhor?
-Exacto. Confirmou o rei a sorrir ao ver um pedaço de pano na grande arvore.
-Mas senhor, sabeis que os homens tem rfeceio da floresta à noite.
-Acaso eu não sou homem? - Indagou Leopoldo II
-Sois sim majestade. Perdoai-me.
Julien, guinou o cavalo e ordenou que os homens abandonassem o trilho, receoso que o moral do seu contigente militar baixá-se o rei proferiu em voz alta:
" Pelas graças dos Deuses, iremos meditar no nosso santo papel, de invadir Orgutt e pedir-lhes forças para o sucesso da missão".
Gratos por se agarrem à fé, os soldados procederam á ladainha da reza da vitória, como se Gambinus estivesse presente.
Subitamente um assobio ecoou em redor dos homens. Um assobio curto e forte, um assobio penetrante na densa noite escura. O rei prontamente respondeu e para surpresa dos seus homens, do outro lado do trilho, um outro exército foi ganhando forma.
De mão levantada Leopoldo II aconselhou calma aos seus homens e sob a palidez da lua, um poderoso exército ganhava forma, e com ele o Pagem Brent dado como morto, acercou-se sorridente de Leopoldo II:
-Temi que tivesses sido morto.
-Esteve quase majestade. Lucius e os seus homens me trairam. Mas ficai sabendo que trouxe comigo os melhores mercenários que o ouro pôde comprar.
-Gambinus nunca suspeitou...
-Foi coincidencia o padre ter-me proposto que rumasse a Orgutt, quando horas antes me haveis incubido de pedir auxilio aos reis de Marteen.
-E eles?
-Penso que alinharão por Pretorius.
-Malditos sejam...
-Mas consegui isto...
O rei deu uma olhada embaivecido ao contingente e falando alto, inquiriu:
-Haveis aceite o meu dinheiro, estais dispostos a morrer por ele?
-Sim majestade. - Respondeu um mercenário negro
-Não vos negarei que irá ser dificil, mas com a vitória vós ficareis com o saque.
-Pois que marchemos então...
-Calma. Não marcharemos já. Se tudo estiver correcto, Wenglos, o general de Pretorius ja deve vir a caminho.
Com efeito, o som de cavalos surgia no alcance dos ouvidos dos homens.
-Exército de Ischtfall tomai posição defensiva. Brent, escondei-vos eu vos chamarei se necessitar de reforços.
-Perfeitamente, majestade.
A poucos metros, dois batedores assumiam posição e ao encararem com o e exército de Ischtfall os aguardando, bateram em rectaguarda avisando o general Wenglos:
-Senhor, Leopoldo II aguarda-nos.
-O rei?
-Correcto, senhor.
-Com que exército?
-Algo numeroso. Cavalaria em maior numero.
-Maior que os nosso?
-Não me parece, senhor.Mas ele comanda o exército.
-Que feliz coincidência. Então a galinha saiu da capoeira. Tanto melhor.
-Instruções, senhor?
-Atacar. lógico.
-Mas não era suposto aguardarmos Pretorius?
-Pretorius virá com catapultas e o exército de mais dois reis. Nós temos a unica chance de derrubar já Leopoldo II e abrir caminho para a entrada triunfal de nosso rei....Homens, preparar posições a duzentos metros!
-Mas senhor, o grande lider aguarda que seja ele a enfrentar...
-O grande lider não está cá. Avancemos. Não tinhamos ordens de alcançar a ponte de pedra?
-Sim senhor.
-Avancemos então!
Lentamente como se fosse iniciação de baile, o exército de Wenglos tomou posição diante do exército de Leopoldo II. Claro que Wenglos preferia combater numa planicie ampla, mas sabia que o rei não sairia dali. O seu exército era menor e as árvores, tiravam a chance de Wenglos flanquear a coluna militar.
Wenglos avançou até a trote dado e o rei imitou-o, encontrando-se á frente dos seus exércitos:
-Eu, Wenglos, General do exército de Orgutt exijo a vossa imediata rendição e asseguro-vos que a vossa vida será poupada!
-Eu, Leopoldo II, rei de Ischtfall afirmo-vos que volteis para o vosso ninho de ratos de Orgutt, e desisteis de conquistar Ischtfall. Pelos Deuses de Arkhan, sereis castigado se ousares atacar.
Wenglos colocou o elmo de cobre e olhando friamente o rei, senteciou:
-Que a sua alma recorde sempre o fio da minha lamina a esquartejar vosso corpo.
-Pelos Deuses, que a sua cabeça, seja menos orgulhosa depois de tombada de vosso corpo!
Virando costas, num curto movimento nas rédeas do cavalo preto Wenglos reuniu-se ao seu exército e falou:
-Homens de Orgutt, o inimigo acabou de vos chamar de ratos. Dizei-me sois ratos?
-Não, senhor!
-Dizei-me, achais tal nome uma ofensa?
-Sim, meu senhor.
-Lutareis por mim?
-Sim meu senhor.
Os cavaleiros de armadura reluzente ergueram as espadas e a infantaria, chocou os escudos nos gládios e gritaram:
-Por Orgutt, Por Pretorius, pelo Deus Rahrr.
Leopoldo II, virou-se para os seus homens e comentou:
-Reparem, homens de Ischtfall como eles vos julgam fracos e covardes. Reparem, como eles já cantam vitória. Eu pergunto...sois covardes?
-Não, majestade!
-Sois fracos demais para lutar pelo vosso rei?
-Não, majestade.
-Em que pensais?
-Na vitória, pelos Deuses, por Ischtfall pela rainha - e sacando das espadas - e por vós, nosso senhor e soberano.
-Eles vão vir com toda a ira. Não vos vão ferir. Vão só vos degolar, vos esquartejar e urinar sobre os vossos cadáveres....que vos parece?
-Eles morrerão pelas nossas mãos, de cara de covarde amarela!
-Eu não diria melhor- Senteciou o rei.
Wenglos, fez o cavalo recuar alguns passos e subitamente num grito de guerra, a cavalaria avançou.
De pronto do outro extremo, os nobres avançaram a galopes e em breve, perante relinchos de cavalos, as espadas dançavam, sobre a palidez da lua.
Sendo certo que o trilho toldava os movimentos do cavalo a verdade é que pese embora o avanço da infantaria a cavalaria não precisava de muito espaço.
Wenglos procurava a cabeça do rei no confronto, que no entanto, bem secundado e guardado pelos nobres, examinava a força so adversário da contenda.
Após as primeiras baixas, o rei recuou e mandou soar a trompa, para o reforço.
Ao som da trompa, Brent e o seu exército de mercenários avançaram para a cauda da coluna militar.
Colhido de surpresa, pelo surgimento de reforços, wenglos baixou a guarda , cedendo uns minutos de altura ao escudo redondo de bronze, e sem perceber como, Leopoldo II, espetou a ponta da sua imaculada espada entre a fresta da armadura e do pescoço.
Num jacto de tinto sangue, a cabeça de Wenglos tombou, e o corpo caiu.
O batalhão de Orgutt, vendo a queda do seu General, tentou a retirada, quando subitamente uma trompete de Orgutt soou:
-Pretorius, já? - Pensou o rei ao ouvir a trompete.
-Pretorius, vem ai. Homens assumem as posições iniciais. - Bradou Julien, o nobre de Ischtfall
Ao ouvir o om de cavalaria, toda a confiança desapareceu do rosto de Leopoldo II. Se Pretorius estava a chegar....então Enoah e Percival haviam falhado.
--------Fim Parte 1
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