Escrito a lágrimas da China

Havia de risos imensos, de choros, prantos e de coisas, de coisas…sei lá como dizer o dizer…
Amontoados calçares, estradas de rumo e fumo de lume e facas com gume para lá do que se podia escrever.
Havia a dor…
Liminar que mente, á frente de todas as verdades sentidas.
Locomotivas, Zés de Paris, jardins suspensos no olho que verve romances.
Havia faces crianças, cegonhas esperanças e dessas covas bruscas onde se perfilam os orientes umbilicais.
Ziguezagueava então de mim a correr um outro que não me sabia.
Pelas cidades, cegas vaidades e a boca manchada de nódoas sofria uma coxa gaguez onde o amor era um solavanco nas pernas quebradas do coração.
Estático um homem de gesso que meço do chão uma lágrima de tinta…
Preço de mimo sem estimo que negra uma folha de baixa poética importada da China.
Depois sentado num tanto de banco com tampo puído…
Tempestades de relva envelheciam rotundas e vidas tão fundas como a idade do tempo.
Então o desfrute bacante encarecia o céu de trocos trocados no presente prazer.
Duração verbal da gramática fútil que enche a noite de impressões ambulantes.
Um cão farejava pedras de rua na esquina úrica da madrugada…
Aos tropeções os subúrbios gemiam que viam e viam a cidade vencida sem rumos na estrada.
Sentei-me ás cerejas com os lábios manchados de saudade e inverno.
Vesti céus de cor com pincéis de flor onde chorava brumoso o cinzento…
E o que havia, havia, noite após dia nos dias que invento.
Agora pinto quadros no chão onde sei os teus passos.