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O ar é de todos
Minha ventura fecundante que em tropeços e a passo me traz aos dias todos…
Cismo os caminhos percorridos e a fortuna do acaso que me tem amparado em desvelo dos meus equívocos.
Garanto-me e aos outros que assim tem sido, aos tropeções, á cabeçadas, a compilar na minha história defeitos e virtudes em orgulho e em vergonha.
Sou terra, terra, terra…
Os arbustos e os penedos onde morrem os arco-íris, são desnudos cândidos quando a terra a emprenhar, verde ao cabo das madrugadas se desperta em lençol condensado de neblina.
Como com os dedos os minutos da noite, ávido de despertares em monumento, de erguidos sentidos sinfónicos do respirar matinal, tão fundos que me entardecem em harmonia, á volta dos meus olhares.
A manhã é um ruído nascido, que insinua o universo no fundamento do ser.
Tanta sorte desdita…tantos acasos de morte…
Assim, ainda que caminhe quase vencido, em metrópoles deixadas, cidades de vício, urbes caídas, não deixo de afiançar os meus braços na luta.
Por quem quer que me queira serei, serei só sem nada em troca, á troca de encontrar a redenção dos meus defeitos.
Serei o analfabeto, o esfomeado, o esquizofrénico, as fábricas paradas, o fumo do desemprego, os vitrais abandonados, a esquina das putas, o magala, o timbre calado que encena silêncios pintados de só, o rosto inquinado que lepra os mendigos em olhos profundos, misérias, pobrezas, as ruas explodidas de corpos tão rotos amargados de vicio, serei para existirem, para existir, para insistir…não me venham com educação, com os respeitinhos e as morais de um mundo que á porta tem avisos absolutos…”proibida a entrada a pessoas estranhas”…o tanas, o ar é de todos!
E o que eu quero é matar o mundo aos abraços.
Minha ventura fecundante que em tropeços e a passo me traz aos dias todos…
Cismo os caminhos percorridos e a fortuna do acaso que me tem amparado em desvelo dos meus equívocos.
Garanto-me e aos outros que assim tem sido, aos tropeções, á cabeçadas, a compilar na minha história defeitos e virtudes em orgulho e em vergonha.
Sou terra, terra, terra…
Sete da manhã…
Aqui me apresento todos os dias á jorna de um pão.
Estou desempregado á sete meses, venho aqui reclamar o meu direito á miséria, sim antes a miséria que a morte, que a esperança é um prato cheio de arroz sem conduto numa mesa tão triste que choramos a comer.
O puto não tem uns sapatos nem mala da escola nem brilho nos olhos…desculpa meu querido, as tuas insónias, os teus retiros onde te sei a construir mil futuros de barriga vazia.
Mas continuo erguido, para mim, para os outros, para todos, sem sirene de fábrica, sem pão matinal, sem entretantos pendentes que me farão desistir…
Não... porque é frase feita em mim que, “um homem não perde quando cai…perde quando desiste”…
Assim, ainda que caminhe quase vencido, em metrópoles deixadas, cidades de vício, urbes caídas, não deixo de afiançar os meus braços na luta.
Por quem quer que me queira serei, serei só sem nada em troca, á troca de encontrar a redenção dos meus defeitos e rumos para os meus caminhos.
Não abdicarei do direito a respirar…nunca!!!
O ar é de todos!
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Comentários
Re: O ar é de todos
Amigo Lapis-Lazuli, já li e reli este texto, e julgo não exagerar se disser que é fantástico!
Não há frase nenhuma que possamos dizer, menos forte que a mais forte... porque o sentido é pessoal na sua originalidade e os sentimentos - dum grande criador.
Um abraço.
Vítor