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IRA
Deixem os domingos sangrar num oratório de pedras que enchem estandartes.
Deixem as crianças chorar melodias órfãs dos becos sem nome.
E toda a rua é um tambor que em estrondo se entronca no sonho…
Um velho sem pernas sem braços que anda ao abraço da luta
Um padre sem bíblia que peca á justiça da bala cedida por deus.
Caixotes de lixo que vivem no fogo do tumulto ateado…
Os crucifixos de Belfast todos erguidos como a cara e a causa!
E veio a fome, farpada em serapilheira.
Mães e mulheres processam o amor em protesto.
Vigílias cansadas que acendem noite num rastilho de esperança …
Para lá das muralhas a eternidade prepara o futuro que há-de ser.
São horas assim que engrandecem a condição de ser Homem…
Homem que não se acaba no fumo da existência terrestre.
Homem que á fome alimenta raízes do povo em combate.
Sem traição ao redor de uma força que não verga á tortura.
Onde estão a bíblias que benzem os bispos da Cantuária?
Que fazem do Ulster torturado uma oração funerária.
Agora que a morte chegou nasceram heróis…
Gritem para sempre seus nomes com o punho erguido
Que os crucifixos de Belfast hasteiam bandeiras de luta e vitória!
Gritem seus nomes!
Bobby Sands
Francis Hughes
Raymond Mc Creesh
Patsy O´hara
Joe Mc Donnel
Martin Hurson
Kevin Lynch
Kieran Doherty
Thomas Mc Ilwee
Micky Devine
Michael Gauchan
Frank Stagg
Deixem os domingos sangrar num oratório de pedras que enchem estandartes...
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Poesia :
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Comentários
Re: IRA
LINDO POEMA, GOSTEI!
Meus parabéns,
Marne
Re: IRA
Parabéns pelo belo poema.
Um abraço,
REF
Re: IRA
"Sunday bloody sunday..."
São horas assim que envergonham a condição humana, seguidores inimigos e decadentes de um Deus moribundo q é o mesmo, mas muda de casaca e justifica a ignorância e a morte...
"Um velho sem pernas sem braços que anda ao abraço da luta
Um padre sem bíblia que peca á justiça da bala cedida por deus.
Caixotes de lixo que vivem no fogo do tumulto ateado…
Os crucifixos de Belfast todos erguidos como a cara e a causa!"
Este poema está assustadoramente soberbo de tão chocante...
Favoritos!
Beijinho em si!
Inês Dunas