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Eu por um pouco de lítio
E eu por um pouco de lítio…
Nestas horas que sou um todo de carrosséis fascinantes, a detonar criações que explodem no epicentro do eu a descobrir amnésias que me usurpam, de ser.
Lítio.
100(.) ponto nada, megahertz calado, a encenar frequências modeladas em cacofonia, que me projectam esquisito num “Matrix” induzido, por tudo o que em mim foi mal nascido.
Sem culpa dos demónios e dos deuses em guerra que combatem no enclave do que sou, assim refém, me resigno a ser o riso de quem, a indiferença dos outros, uma fractura de mim.
Está no ar a emissão…
O directo fantasmagórico em edição especial numa crise pânico.
Sou eu sem mim que me movo, por estradas sonolentas, aberrações estereofónicas que me arrebatam em delírio, feixes de luz supersónicos num beco de confusões sem saída, euforia alucinada que me exclui para o vácuo da lógica em ápices isentos de tempo, que me anulam da rotação e da translação do universo que me tem por favor.
Por favor…eu, por um pouco de lítio…
Sou a surpresa em acidente do que o cérebro traiçoeiro me reserva em expectativa…
Sempre em expectativa.
Hoje acordei bem disposto, passei manteiga no pão, cheirei o café outonal num rito seccionado de hábitos antes do banho e da barba…
Saí para rua erguido, integrado no mundo de todos, a rir, depois a rir mais, depois rir sem saber, que nos escombros ventosos da noite estava rir de um dia escuro a horas do dia nascer.
Eu por um pouco de lítio, que sofro e me alegro na vida incógnito da razão porque o faço…
Sei bem, sei que me afagam as faces e adormecem a criança assassina no colo do meu querer encolhido…
-Tem calma amor, tem calma…
E a voz que me prende a chorar, encontra pedaços de mim, assustado e a querer regressar, onde conheço o peito e o cheiro.
Logo que estou, estou á espera de ir, não tenho a certeza de quando chega a partida…
A minha dimensão ultrapassa quem quero ser, concede visões, realiza cenas em estado de filme onde represento idiota para a indiferença de quem vive, sou Cristo, sim eu sou Cristo, sou o labirinto messiânico do cérebro que sacraliza o meu universo em mentira…ajudem-me, se eu soubesse dizer…ajudem-me.
E eu por um pouco de lítio, com o posto sintonizado nos dias, eu côncavo e convexo, produto real da multiplicação dos meus sentidos, ser equacionado e resolvido, divisão de resto zero, sem contas soltas no rosário da consciência.
Como, bebo, durmo, amo e vivo…
Vivo em cronometro, contra aquele que em mim, teima existir, para me tirar o que sou…eu por um pouco de lítio assim vou…
A reconstruir bocados que largo á revelia de uma vontade paralela, que me traz refém e cativo…de…
Eu por um pouco de lítio…
Assim vou emitindo sinais, a humanizar um cérebro que sintoniza, postos de uma rádio pirata.
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Comentários
Re: Eu por um pouco de lítio
Simplesmente fantástico. ler-te em viajar em 3D e quiçá em 4 ou 5D num futuro próximo
Muito bem conseguido este texto. Não sei se é influência do Lítio que nem sei muito sobre, mas porque a minha alma te sente e viaja contigo
Participa com mais um conto no Tópico "Histórias Contadas". Posta na secção de prosa e copia o link para lá. A propósito, este texto não deveria estar na secção de prosa também? Engano se calha
Beijinho para ti
Parabéns pelo texto
Matilde D'Ônix