Partis-te

Se antes não lia, agora leio. Se antes não opinava, agora opino.
Este é o poema.
Este é o poema que melhor caracteriza o meu sentimento desde que me deixas-te.
Por mais histórias que eu invente, por mais sonhos que eu tenha, tu não passas da brisa que me bate na cara e me faz arrepiar. Não és estrela nenhuma! Tu não vives numa estrela! Tu estás na terra.
Por mais que doa perceber e acima de tudo, aceitar este facto, isto não passa da verdade. Tu deixaste-me!
E por mais que me custe, por mais feridas que se tenham aberto no meu coração, eu tenho que aceitar a tua partida com naturalidade.
Eu amava-te, e amo-te verdade seja dita.
Não suporto a hipocrisia de todos e nenhuns, que decidiram, depois da tua partida, vir chorar a meu ombro e dizerem-me que íamos voltar.
Mas achas que eu me fio nisso?
De boas intenções está o inferno cheio, ora bolas!
Por ti, nutria um carinho especial, uma ligação...
Desapareces-te.
E isso, isso doeu, e muito.
Podia não me querer casar contigo, ter filhos ou assumir publicamente o nosso namoro, mas foste o primeiro que me fez esperar, que me fez exasperar, o único que me fez amar de verdade. E talvez por isso doa ainda mais aceitar que fostes...
Sabes, com o passar do tempo fui tirando conclusões sobre ti, sobre nós, sobre o Ser Humano e sobre o que realmente vale a pena.
Deixei as coisas de uma noite de lado.
Se houve algo que me mostraste é que a vida pode ser muito pequena, pode não caber-nos nas mãos e se não a agarrar-mos e viver-mos da melhor maneira, esta vida, pode não nos servir de nada.