II A Morte, no Pego-Dragão

II
A Morte, no Pego-Dragão

De onde vem este perfume de flores, embalsa-
mando a noite puríssima?
Entre bouças e fragas, uma cabana de ola, perto
da qual um arroio murmura...
Como de costume, o eremita parte ao surgi1
a lua.
Em um covão do monte, um pássaro, poisado
ininterruptamente gorjeia.

Não lhe importa que as ervas, impregnadas do
orvalho, lhe encharquem as alpercatas de junça.
As suas vestes de ligeiro cânhamo, soergue-as,
enviezando, a brisa primaveril...
À borda da torrente, intento fazer versos ao
viço das orquídeas.
Embargam-mo as saudades, violentas empolgan-
do-me, do Kiang-pei e do Kiang-nan.

Camilo Pessanha

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Jueves, Abril 9, 2009 - 22:33

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