Enterro

foi tal a vibração
que sentiste no enterro,
as lágrimas escorregavam
em nome do medo

"sobreviver" dizes tu
à imagem de quem sofre
caras escondidas no
entupimento do sentimento.

descansa sobressaltado
a cara pálida por enterrar
do corpo sai a chama e
o que ficou por falar.

vestimenta negra
engana quem a vê
nem na morte te deixam
ser quem és.

nascemos nús com
toda a naturalidade
na morte saimos vestidos
com esperança na eternidade.

as lágrimas escorregavam
em nome do medo
haverá tamanho amor
em outro qualquer enterro?

não pisamos relva
como nos cemitério americanos
o morto que descansa
contenta-se com ramos:
rosas, dalilas e malmequeres
na morte tanto faz.

apazigua a saudade e
dele não te faças esquecer
mordendo a lembrança
pensa como uma criança
antes de amares alguém.

as lágrimas escorregavam
em nome do medo
haverá tamanho amor
em outro qualquer enterro?

amar devagar
até que a morte nos separe.

Hugo Sousa

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Martes, Marzo 11, 2008 - 08:55

Poesia :

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Re: Enterro

O amor leva-nos ao infinito da poesia.

:-)

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