CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Pudesse estar eu no caixão comigo ao lado.

Puder estar eu no caixão comigo ao lado,
Puder eu aceitar-me acompanhado,
Na clausura de uma caixa preta por uma mortalha
Branca e outras coisas de pouca monta e ruim escolha,

Minha alma vive exilada do meu ouvido,
Tantas noites quanto perguntas, lhe faço dormindo,
Consciente de não ter vida na alma ou fala
Que possa sentir como d’ irmão ou fada irmã na cela,

Pudesse eu olhar desta prisão de ar e hipocrisia, a essência
De mim próprio e alguém que diz ter toda a fantasia
Presa, da alma a outra ponta – Chamo-a e não responde
De volta e nem a linha, ao outro do lado nos prende,

Pudesse eu no caixão falar comigo como a um bom filho,
E o que falássemos servir pra mudar d’atavio e o feitio d’atilho,
Com que se prendem as almas imortais outras a outros
Tantos humanos, presos eles todos, por fios infindos e nós duplos,

De diferentes tons e nós cegos, quantos sem nós, quantos
Sem paz mas apegos, como uma mariposa, na ilusão da chama
A que se sentem ligados e mais se avizinham.
(Os sítios que assustam, têm lados outros que fascinam)

Pudesse eu no caixão, recluso morar, comigo ao lado.

Joel Matos (10/2014)

http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

sexta-feira, fevereiro 23, 2018 - 17:53

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

imagem de Joel
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 1 semana 2 dias
Membro desde: 12/20/2009
Conteúdos:
Pontos: 42103

Comentários

imagem de Joel

Pudesse eu no caixão falar comigo como a um bom filho,

Pudesse eu no caixão falar comigo como a um bom filho,

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Joel

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Ministério da Poesia/Geral Percas, Carpas … 12 193 02/12/2025 - 09:38 Português
Poesia/Geral Entreguei-me a quem eu era 5 190 02/11/2025 - 18:02 Português
Ministério da Poesia/Geral Tomara poder tocar-lhes, 12 221 02/11/2025 - 17:58 Português
Ministério da Poesia/Geral Duvido do que sei, 9 106 02/11/2025 - 17:56 Português
Ministério da Poesia/Geral Recordo a papel de seda 6 116 02/11/2025 - 17:38 Português
Ministério da Poesia/Geral Pois que vida não tem alma 20 140 02/11/2025 - 17:37 Português
Poesia/Geral Não existo senão por’gora … 0 362 02/11/2025 - 17:25 Português
Poesia/Geral Cedo serei eu 0 256 02/11/2025 - 17:23 Português
Poesia/Geral Pra lá do crepúsculo 30 3.809 03/06/2024 - 11:12 Português
Poesia/Geral Por onde passo não há s’trada. 30 4.418 02/18/2024 - 20:21 Português
Poesia/Geral Sonhei-me sonhando, 17 5.490 02/12/2024 - 16:06 Português
Ministério da Poesia/Geral A alegria que eu tinha 23 6.081 12/11/2023 - 20:29 Português
Ministério da Poesia/Geral Notas de um velho nojento 7 3.754 12/06/2023 - 21:30 Português
Ministério da Poesia/Geral (Creio apenas no que sinto) 17 2.746 12/02/2023 - 10:12 Português
Ministério da Poesia/Geral Vamos falar de mapas 15 8.620 11/30/2023 - 11:20 Português
Ministério da Poesia/Geral São como nossas as lágrimas 9 1.887 11/28/2023 - 11:11 Português
Poesia/Geral Entrego-me a quem eu era, 28 3.831 11/28/2023 - 10:47 Português
Ministério da Poesia/Geral O Homem é um animal “púbico” 11 5.559 11/26/2023 - 18:59 Português
Ministério da Poesia/Geral A essência do uso é o abuso, 1 4.576 11/25/2023 - 11:02 Português
Ministério da Poesia/Geral Insha’Allah 2 2.795 11/24/2023 - 12:43 Português
Ministério da Poesia/Geral No meu espírito chove sempre, 12 2.556 11/24/2023 - 12:42 Português
Ministério da Poesia/Geral Os destinos mil de mim mesmo. 21 7.652 11/24/2023 - 12:42 Português
Poesia/Geral “Daqui-a-nada” 20 5.272 11/24/2023 - 11:17 Português
Ministério da Poesia/Geral Cada passo que dou 0 2.791 11/24/2023 - 09:27 Português
Ministério da Poesia/Geral Quem sou … 0 3.375 11/24/2023 - 09:26 Português