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Tida
Quando olho para mim, de cima de meus passos
E’ que sinto as mágoas e percebo
A razão deste existir nascido anão, junto ao chão,
Da azia e da sensação de respirar,
Tão parecida com o medo de morar
No dia a dias da vida, de existir, se deixei
Pra traz a alegria de ser criança,
A aldeia dos meus caiados traços…
Não, nunca olho para cima não,
Porventura não reparei,
Se sou eu, quem se senta nos telhados
Ou nas tábuas e nestas ripas cortadas rente,
Nos campos cansados de pertencer
À fadiga e à dor da sua gente.
Quando olho, por cima dos meus passos,
É que percebo, a dor que é partir,
Do ar que respiro, pra outro
Que nem a mim me pertence,
Nem foi pra mim, talhado
Por machado algum, perecido ou criado,
Sou filho de terra pobre e fendida,
Não sendo fraco nem forte, sou vida
Duma casta nobre e diferente, chamada d’alma
Gentia, que cresce, cresce pla Arriba acima.
Perene, assim haja não outra vida em mim,
Como esta eu tenho…tida.
Joel Matos (10/2014)
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