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Cães e Avelãs
O meu cão apaixonou-se por uma avelã que um dia passou pela esquina onde o esquinado deposita a urina. O meu cão nessa altura andava agonizado e enfeitiçado pelo patrão que o obrigava a varrer as ruas e vielas onde a avelã deixava a sua presença. A avelã apaixonou-se pelo meu quatro patas e dez unhas, mas ele não consentiu que os avanços dela travassem o conceituado sacrifício, aquele, o de varrer depósitos, um minuto importante e noutro minuto deixado ao soalho calcado por alguma marca de sola.
Ela, a avelã, na sua inocência feminina descascou como sabia um sabor que o meu cão trincou com os dentes errados, e errados os juízos dele perante a avelã, bela, carente e fascinada pelo quatro patas que o meu cão alberga e ela não…o meu cão, estúpido, respondeu-lhe na mesma esquina onde deposita tudo e tudo, o burro animal que nada entende de avelãs depositou um cheiro na esquina, cheiro esse letal. Ela não gostou. Entristecida e amêndoada, foi ela esquinada, um tipo de génio atropelado e resignado, uma estrela fora de órbita, como o meu cão, esse animal lerdo, que se enche de pulmão e ego uma parte de nós que não nos pertence enquanto seres desta coisa semi-redonda, chamada terra, onde todos somos quase iguais independentemente da estrela que se nos guia ou não, a uns mais que a outros e não porque são mais merecedores dela, mas porque a ponta do anzol para lá dançou, ao vento da corrente, sempre aleatória, porque o peixe não escolhe ser pescado para ser melhor saboreado e que bom é temperado a nosso gosto.
Meu cão e minha avelã, não se separem na reciclagem do desentendimento, são iguais na sua reutilização.
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Comentários
Re: Cães e Avelãs
Ela, a avelã, na sua inocência feminina descascou como sabia um sabor que o meu cão trincou com os dentes errados...
A tua inspiração é de génio!!!
:-)
Re: Cães e Avelãs
Parabéns pelo belo poema.
Gostei.
Um abraço,
Roberto