Densidade da vida

Densa é a minha vida de escravatura
Desta vida, que vivo à vossa maneira
Nesta floresta obscura
Que não passo essa barreira

Porque os outros que me guiam
E a sociedade a floresta
Em criança todos me viam
Mas agora pouco resta

Nesta emancipação verde
Cheia de recantos húmidos e frios
Todos querem empurrar e mede
O tamanho da bala e de feridos

E assim combalida sou mais um
Um corpo empurrado pela sociedade
Nessa descida cheia de factum
Vejo a podre humanidade

Desintegrada como arvores castradas
Cheia de necrófagos animais
Caio nessa tela cheia de camadas
De almas e canibais

De corpos e neste amontoado
Sem força quero desistir
Deixa-los cair sobre mim e sufocando
Quero enganar-me nesta aflição de sucumbir