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A filosofia do lagarto: Autotomia

Não há muito o que comentar sobre a política interna e externa. Nossa querida Brasiliana está imersa em um balaio de gatos. A cada pequeno esquive uma horda de felinos a acomete com dolorosas formas de sofrimento. Foi assim que O “João doido” da rua treze de maio com a esquina do cais Bar relatou seu nobre pensamento para o Rodrigues da rua Italiana.
E o caos está implantado na mídia com este tal de Battisti. Você tenta acessar uma matéria interessante e tudo cai em Battisti. Os assuntos não são lá muito agradáveis, mas fogem da realidade, pois todo acontecimento gera lucro. Os temas ficam permutando entre: Prove a nova Pizza parmegiana à moda Battisti. Viagem para a Itália à moda Battisti, mas senão desejar, efetue uma fuga à moda Battisti. Pepino à moda Battisti. Cueca dolada à moda Battisti. Mensalinho (Ops! Dolinho) à moda Battisti. #Eunão à moda Battiste. Direita à moda Battisti. Esquerda à moda Battisti. Panetone à moda Battisti, porque panetone bom, tem que ser Battisti.
Foi vendo estes disparates que o “Zé” de Toinha me contou a filosofia do lagarto.
- Rapaz, seu Zé. Está todo mundo querendo pegar este tal de Battisti. Soube outrora que só não o embrulharam para presente, porque o papel de embrulho está caro devido à alta do petróleo nas refinarias.
- Nem me conte! Exclamou Zé de Toinha.
Seu zé é uma cabra bom. Diria cabra macho, daqueles bem “arretado”. Graduado no pulo do gato, Mestre em voadora da lagartixa e Doutor em filosofia do Lagarto. Disseram-me há tempo que ele obteve tais títulos na Faculdade Bruzundanga.
Vez por outra tentei interrompê-lo professando o conhecido absorvido pela mídia, uma mistura de informação e desinformação acerca de dos assuntos recorrentes, mas ele não se contendo, continuou como a me reprovar frente a minha desinformação. Pousou a mão sobre sua pequena boina, adequou a linearidade do terno de brim e continuou:
- Lembro quando era criança que a Mariazinha me delatou pra mamãe por um pacote de Cheetus e duas pipocas Gravatá e olha que nem fui eu que matei os pinto da Dona Luiza, a vizinha chata da rua Quinze. Se Mariazinha que era Mariazinha me delatou por tão pouco, imagina os que não são que nem Mariazinha. Mas o pior, é que foi peia pra mais de dias.
Foi por meio da delação premiada de sua irmã, A Mariazinha, que seu Geraldo fez sua tese de Doutorado, cujo tema centrou-se na: “Filosofia do Lagarto”.
Certa vez, imerso em devaneios e desilusões devido ao incidente de Mariazinha, Geraldo sentou-se no batente da Casa Grande. De frente a grande Casa dava para entrar em contato com o Tonhão, seu concunhado no Sítio “Bonívia” e aos fundos dava pra ver sua amada Julinha no Sítio “Ilália” e eis que o incidente começa ai.
Naquele terreno seco batido, Zé decidiu perseguir um pobre Teiú para presentear Julinha.  E eis que foi a sina: Pega, não pega. Pega, não pega. Espinho no pé. Pancada na testa e o sol tinindo, e pega, não pega.
- Pula na frente, Tonhão! Uma voz histérica se fez ouvir.
Não tendo o que fazer Tonhão pula na frente, armado até os dentes. Uma zarabatana, dois bodoques, 3 estilingues e mais uma dúzia de liga. Os três ali enviesados encaravam-se raivosamente uns aos outros. Tonhão, Zé e o Teiú. De olhos fechados os três entraram em confronto. Pancada ia, pancada vinha, até que a poeira baixou. No vazio chão, Tonhão e Zé sentados e no meio dos dois, um rabo. Foi nesse dia que surgiu a filosofia do lagarto. “Quando ameaçado pelo predador, o lagarto deixa o rabo pra ser comido, e foge”.
Zé olhou de um soslaio e finalizou:
- Fosse eu, o Battista, declararia o rabo (dinheiro) e “caparia” o gato.

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terça-feira, janeiro 15, 2019 - 14:51

Poesia :

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