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Foto paisagem
Sombra ¬passeando entre as árvores
Passa entre uma e outra
Vai-se enlaçando macabros
Que vagueando as pontas
Nos seus caldais inundados
Calma soberba enreda-os
Nascendo os peixes dados
Para serem alimento dá-os
Querem eles ter mais vida
Vagueando os segredos desse charco
Um mais comprido, dádiva
Dos amantes que planeiam de barco
Ouve-se as correntes fortes
Dessas indomáveis profundezas
Nem ninfas, nem tágides
Só calma nas pequenezas
Pequenas coisas virgens
Aquela doce beleza
Daquela foto das margens
Que guardo na mestria
No mestre de mim
Ele manda, eu obedeço
Guardo o pequeno frenesim
Das efémeras, careço
Careço de fantasia misturada
Com a súbita alegria desta tarde
Onde o sol avermelhado
Resplende em forma de arte
Exaltado na foto paisagem
Dentro dela o transpirar do rio
E o fogo das arvores
E a vida na margem
Murmúrios dos seres submersíveis
Logo mesmo pelo raiar
Sento-me, espero as visíveis
Formas de vida acordar
São sois, raios, flores
Entre as mil cores
Cores que as arvores
Reflectem desse castanho
Outras mil cores
Amarelo, verde, vermelhos
Quase doce as flores
Dessa arrojada folhagem
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Poesia :
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