CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Minha Língua Portuguesa
Paulo Monteiro
Mistura de índio, de africano e luso,
ponta de lança e pata de cavalo
usei para marcar o chão que cruzo
e os limites da língua na qual falo.
A lei e ferro impus também o uso
deste idioma em que vivo por amá-lo
ao que veio depois, quase de intruso,
fugindo à fome que ia devorá-lo.
De gaúcho me chamam. Não me engano
co’a força do meu verbo e do meu braço,
pois ao traçar o mapa americano
eu cantava no idioma lusitano
e arrastava canhões com o meu laço
gritando palavrões em castelhano.
Notas do Autor:
Verso 1º – Referência aos três elementos formadores da nacionalidade brasileira, presentes em todas as tropas portuguesas envolvidas nas guerras de limites com as colônias espanholas e os estados delas originádos.
Verso 2º – Aproveitamento de frase famosa do tribuno gaúcho João Neves da Fontoura, membro da Academia Brasileira de Letras, segundo o qual as fronteiras do Rio Grande do Sul foram traçadas a ponta de lança e pata de cavalo.
Verso 5º – Referência à obrigatoriedade do ensino da língua portuguesa e em língua portuguesa em todas as escolas do território brasileiro, introduzida a partir do governo do sul-rio-grandense Getúlio Dorneles, durante o chamado Estado Novo.
Verso 8º – Está historicamente comprovado que a maioria dos imigrantes europeus que vieram para o Brasil durante os séculos XIX e XX fugiam à crise econômica em seus países de origem.
Verso 13 – Acostumados ao uso do laço em suas lidas diárias, os gaúchos, muitas vezes, empregaram-no como arma, inclusive, laçando canhões adversários.
Verso 14 – Muitas interjeições usadas na linguagem popular são originadas de palavrões espanhóis. Exemplo “A La pucha”, de “A la puta que te parió”.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 790 leituras
Add comment
other contents of PauloMonteiro
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Outros | O Combate dos Valinhos | 0 | 1.379 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | As Tropas de Mulas | 0 | 3.259 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | A Prisão de Rafael Tobias de Aguiar | 0 | 2.692 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | As Origens da Universidade de Passo Fundo | 0 | 2.641 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Para Além de uma Biografia | 0 | 1.487 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Ficção Cientifica | A Crítica Literária de Wilson Martins | 0 | 1.190 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Gabriel Bastos, poeta e prosador | 0 | 3.508 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | A Igreja dos Negros | 0 | 1.009 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Festas e Saberes Coloniais | 0 | 865 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Edízio Mendonça: “O Historiador do Sertão” | 0 | 1.278 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Diários da Revolução de 1893 | 0 | 2.168 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Revolução Federalista: uma guerra pelas tetas do Estado | 0 | 1.174 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | O Primeiro Romance Gaúcho | 0 | 3.004 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Um Crítico de Jornal | 0 | 1.056 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Precisamos Acertar Contas com Nosso Passado | 0 | 1.076 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Defendendo a Verdade | 0 | 1.500 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | O homem que deflagrou a Revolução Federalista | 0 | 1.732 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Ficção Cientifica | O Puchirão do Gé Picaço – Poemeto Serrano – Resposta Literária a Antônio Chimango – Poemeto Gaúcho | 0 | 1.610 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | “Imprensa e política são inseparáveis” | 0 | 962 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Acima de tudo, educadora | 0 | 1.125 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Euclides da Cunha e Afonso Arinos | 0 | 918 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | A História da Caudilhagem Gaúcha é uma Sucessão de Roubos, Latrocínios, Estupros e Massacres | 0 | 2.266 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | Gomercindo dos Reis: o Poeta de Passo Fundo | 0 | 3.362 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Outros | A Revolução Farroupilha em Passo Fundo | 0 | 6.152 | 11/18/2010 - 23:45 | Português | |
Prosas/Teatro | Poesia Gauchesca, um Gênero Escrito com Sangue | 0 | 3.075 | 11/18/2010 - 23:45 | Português |
Comentários
Re: Minha Língua Portuguesa
Mais um excelente poema que encontro no WAF! :-)
Re: Minha Língua Portuguesa P/PauloMonteiro
Na força do verso e do braço
enalteces a primorosa grandeza
da mui nobre língua portuguesa!
Abraço
Re: Minha Língua Portuguesa P/PauloMonteiro
meu caro moreno9
resumo
nesse soneto
toda a epopéia de meus ancestrais portugueses
para manterrem o território brasileiro
especialmente no seu extremo meridional
o atual estado do rio grande do sul
divulgado no dia de ontem pela internet
já soube de algumas críticas
não feitas diretamente a mim
pois sabem que não sou de pegar a unha como se diz por aqui
considerando nossos ancestrais uns vadios que só vieram para cá com o objetivo de amealhar riquezas e retornar para portugal
são na verdade teses rascistas ultrapassadas
do ponto mais literal da história foi assim
a ferro e fogo que adquirmos o direito de falar a língua de camões nestas plagas
um grande fraterno e agradecido abraço do
paulo monteiro
Re: Minha Língua Portuguesa
Caro Paulo Monteiro
Seja lá as misturas que faças em teus versos, fervilha sangue da minha muito amada língua Portuguesa ( reclamo-a minha também), o que muito me apraz,vê-la assim, tão digna e devidamente tratada, como é o caso.
" Data venia"
Beijo
Re: Minha Língua Portuguesa
prezada maria
digamos
nossa língua portuguesa
prefiro continuar dizendo minha
porque sei
pelo estudo da história de minha terra
o quanto custou a meus ancestrais portugueses
a segurança de que poderiam legá-la aos seus filhos
minha língua porque eu falo abarbaradamente
usando expressões típicas daqui
como a interjeição thê
que herdei de minhas avós indígenas
mesmo que eu leia camões bocage eça ou pessoa
jamais deixarei de usar expressões terrunhas
e isso é que faz a grandeza da nossa minha língua portugesa
anexei as notas
pois o soneto é um resumo da história e da língua que falamos
aqui
no extremo sul do brasil
um grande fraterno e agradecido abraço do
paulo monteiro